Tales: Embaixador não ir ao ato de Bolsonaro é importante, mas não basta
Mesmo ao negar presença no ato convocado por Jair Bolsonaro em São Paulo, o embaixador de Israel no Brasil Daniel Zonshine permanece sob desconfiança do governo brasileiro, disse o colunista Tales Faria no UOL News desta quarta (21).
Essa declaração de que não irá ao ato é importante, mas não basta. Ele continua sob observação.
Assim como Israel se julga ofendido com a declaração de Lula, o Brasil se julga muito ofendido com o gesto do chanceler israelense, que levou nosso embaixador a um constrangimento público ao chamá-lo para ir ao Museu do Holocausto e tratá-lo da forma como o tratou.
Se esse embaixador vier a fazer algum gesto, não só comparecer ao ato público convocado pelo Bolsonaro, considerado agressivo, ele será afastado. Isso é o que se diz no Planalto. Não há muita paciência com ele. Tales Faria, colunista do UOL
Tales lembrou que Zonshine já havia causado um mal-estar com o governo ao participar de uma reunião com Jair Bolsonaro e alguns parlamentares em novembro. A cautela com o embaixador deve continuar até haver uma definição no conflito entre Israel e Hamas, na visão do colunista.
Ele disse não saber que o Bolsonaro estaria lá, mas o fato é que participou de um ato ao lado dele em um momento crucial para o país, usado por bolsonaristas e pelo próprio Bolsonaro.
Esse embaixador será mantido em observação durante um bom tempo, até que a crise com Israel se resolva. A expectativa do governo é que ela só vai se resolver mesmo quando acabar a guerra ou houver um cessar-fogo. Fora disso, é quando Netanyahu cair, e espera-se que ele deixe o governo assim que a guerra acabar. Tales Faria, colunista do UOL
Josias: Bolsonaro critica Lula, mas mostrou afinidade com direita nazista
Jair Bolsonaro não tem autoridade para criticar Lula pela comparação dos ataques de Israel em Gaza ao Holocausto, já que mostrou afinidade com a extrema-direita da Alemanha, afirmou Josias de Souza. Para o colunista, Bolsonaro tenta mudar o foco das discussões, já que tanto ele como vários de seus apoiadores estão sob os holofotes das investigações da Polícia Federal.
Bolsonaro não tem autoridade para criticar alguém por mencionar o Holocausto em circunstâncias inconvenientes. Quando era presidente, ele se encontrou fora da agenda com uma deputada alemã que é uma das lideranças do partido de extrema-direita e neta do ex-ministro das Finanças durante o regime nazista de Hitler. Isso mostra mais do que um deslize, mas uma afinidade com essa direita. Para Bolsonaro, sendo de direita, não importa que seja nazista; está no time dele. Josias de Souza, colunista do UOL
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