Fávaro diz que agro não aderiu a ato de Bolsonaro: 'Todo mundo na roça'

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou hoje que empresários do setor têm melhorado a relação com o governo Lula (PT) e não aderiram à manifestação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no último final de semana, em São Paulo.

O que Fávaro disse

À imprensa, o ministro afirmou que os agricultores estavam ocupados com a lavoura. Em reunião com Lula no Planalto, ele definiu detalhes sobre o plano de emergência de ajuda ao setor, que deverá ser lançado até março em parceria com o Ministério da Fazenda.

Não vi adesão nenhuma [do setor ao ato de Bolsonaro], acho que está todo mundo trabalhando, colhendo. Período de colheita [está] aí, estava todo mundo na roça, na lavoura, não estava preocupado com esse tipo de manifestação, não.
Carlos Fávaro, sobre ato pró-Bolsonaro

Bolsonaro reuniu governadores, parlamentares e aliados em um ato de defesa de seu nome no último domingo (25), em São Paulo. O evento reuniu de 185 mil pessoas a 600 mil pessoas na avenida Paulista, a depender do levantamento.

Em entrevista hoje (27), Lula disse que as imagens da manifestação comprovam o tamanho do ato. "Eles fizeram uma manifestação grande em São Paulo. Mesmo quem não quiser acreditar, é só ver a imagem. Como as pessoas chegaram lá, 'é outros 500'." A gravação vai ao ar hoje à noite na RedeTV!.

Melhora na relação

O agronegócio foi o setor que mais se aproximou do ex-presidente durante a última gestão —e que, não coincidentemente, mais resistiu ao nome de Lula. Segundo Fávaro, os empresários "caíram na consciência" e a resistência baixou.

"O fato é que já tem um ano de governo, [com] o maior Plano Safra da história, abertura de mercados batendo recordes", argumentou Fávaro. Em junho, o governo anunciou um Plano Safra, de incentivo ao agro, de R$ 75 bilhões, com juros a 10% e, de acordo com o ministério, foram abertos 78 mercados para as empresas brasileiras em 2023.

Como argumento, o ministro afirmou ainda que a popularidade de Lula tem crescido em Mato Grosso, seu estado, onde Bolsonaro ganhou com folga. Ele disse que, segundo pesquisas internas realizadas pela Secom, "cresceu em 15% a popularidade de Lula e caiu em 6% a rejeição".

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Fávaro contou ainda que Lula deverá visitar estados ligados ao setor, como Goiás, Mato Grosso e Tocantins nos próximos meses —algo que o petista não fez na campanha — e receber empresários da área na Granja do Torto "para um churrasco" de aproximação.

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