Freire Gomes e Baptista Jr: quem são os militares que complicaram Bolsonaro

Os depoimentos do general Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, e do tenente-brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior, ex-comandante da Aeronáutica, colocaram o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no centro de articulações golpistas para anular o resultado das eleições de 2022.

Saiba quem são eles:

Freire Gomes

Nasceu em família de militar. De Pirassununga, no interior de São Paulo, Marco Antônio Freire Gomes é filho do coronel de Cavalaria do Exército Francisco Valdir Gomes e Maria Enilda Freire Gomes.

Em 1977, ingressou na Academia Militar das Agulhas Negras, em Resende (RJ). Foi declarado aspirante a oficial da Arma de Cavalaria em 15 de dezembro de 1980.

Seguiu na carreira militar ao longo dos anos. Freire Gomes serviu no 10º Regimento de Cavalaria Mecanizado, em Bela Vista (MS); no 10º Esquadrão de Cavalaria Mecanizado, em Recife; e no 16º RC Mec, em Bayeux (PB). Segundo a CNN, ele também esteve no 1º Batalhão de Forças Especiais e no Comando da Brigada de Infantaria Paraquedista, no Rio, além de ter sido comandante do 1º Batalhão de Ações de Comandos, em Goiânia, e retornado à Aman como instrutor.

Em 2014, foi promovido a general de divisão, sendo nomeado Comandante da 10ª Região Militar, em Fortaleza (CE). Posteriormente, assumiu o cargo de Secretário-Executivo do GSI/PR, em Brasília (DF).

Sua promoção ao posto de general de Exército aconteceu em 2018. Na época, também foi nomeado para o cargo de Comandante Militar do Nordeste, em Recife (PE). Depois, assumiu o cargo de comandante de Operações Terrestres, em Brasília.

Chegou ao comando do Exército em 2022. O general quatro estrelas foi escolhido por Bolsonaro para ocupar o cargo quando ainda estava no Comando de Operações Terrestres. Na ocasião, ele assumiu o lugar do general Paulo Sérgio.

Baptista Jr.

Natural de Fortaleza, no Ceará, Carlos de Almeida Baptista Junior ingressou na Força Aérea Brasileira em 3 de março de 1975. Ele foi promovido ao posto de tenente-brigadeiro em 31 de março 2018.

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É filho do tenente-brigadeiro Carlos de Almeida Baptista, que também foi Comandante da Aeronáutica no período de 1999 a 2003.

Carreira na Força Aérea. Foi comandante da Base Aérea de Fortaleza, comandante do Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro, diretor da Diretoria de Material Aeronáutico e Bélico, vice-chefe do Estado-Maior da Aeronáutica, chefe de operações conjuntas do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas do Ministério da Defesa, entre outros cargos de chefia e direção.

Comandou a Aeronáutica durante o governo Bolsonaro. O tenente-brigadeiro assumiu o cargo máximo da Força Aérea Brasileira no lugar de Antonio Carlos Moretti Bermudez.

Baptista já foi acusado de participação política indevida, em 2021, em duas ocasiões: por um encontro com a deputada Bia Kicis (PL) e por uma entrevista ao jornal O Globo, em que disse que uma nota das Forças Armadas em repúdio a Omar Aziz (PSD-AM) era um "alerta às instituições". O segundo caso chegou a ir a julgamento pelo Ministério Público Militar, mas foi rejeitado e arquivado.

O que aconteceu

Freire Gomes disse à PF que a minuta golpista encontrada na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres é a mesma versão que foi apresentada por Bolsonaro aos chefes das Forças Armadas em reunião em dezembro de 2022. A informação foi obtida pela Folha de S.Paulo.

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Já o Baptista Júnior afirmou à PF que Freire Gomes chegou a comunicar que prenderia Bolsonaro caso ele tentasse colocar em prática um golpe de Estado, segundo a Folha.

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