Conteúdo publicado há 8 meses

Diretor da PF vai ao STF contra Cid após militar sugerir que foi coagido

O diretor da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, abriu uma representação no STF contra Mauro Cid após o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro afirmar que deu "falas forçadas" em delação feita ao órgão.

O que aconteceu

Andrei acionou o STF: "Cid faz graves acusações à PF. Já representamos ontem à noite". Vazamento de áudios mostram conversa entre o tenente-coronel e um amigo, na qual o militar afirmou que a PF "não quer saber a verdade" e sugeriu que foi coagido.

Alexandre de Moraes também foi criticado pelo tenente-coronel. Cid afirmou que o ministro do STF "é a lei" e disse que ele "prende quando quiser, como quiser".

Defesa de Cid negou que ele tenha questionado investigações. Em nota, a defesa diz que o tenente-coronel, em nenhum momento, "coloca em xeque a independência, funcionalidade e honestidade" da PF, da PGR (Procuradoria-Geral da República) ou do STF "na condução dos inquéritos em que é investigado e colaborador".

Indiciamento

Tenente-coronel foi indiciado por fraude em certificado de vacina. Ao todo, a PF identificou 16 atos criminosos: oito deles tratam de fraudes para beneficiar a família de Cid; seis envolvem Bolsonaro e seus ex-assessores; um é contra o deputado Gutemberg Reis; e o último, de alcance geral, incrimina o ex-presidente e mais oito pessoas.

Cid e outros nove agiram para falsificar dados de vacinação, diz PF. Os registros fraudados são do tenente-coronel, de sua esposa, Gabriela, e das duas filhas do casal, para permitir três viagens aos Estados Unidos entre dezembro de 2021 e dezembro de 2022.

Foram falsificadas duas carteiras de vacinação para Gabriela Cid. A primeira tentativa, que usou um certificado emitido pela Secretaria de Saúde de Goiás, não deu certo porque o sistema do Ministério de Saúde alertou para o erro nos dados. Mas na segunda vez, com um documento de Duque de Caxias (RJ), a fraude funcionou, ainda de acordo com as investigações.

Devido às fraudes, Cid e a esposa foram indiciados por três crimes. A PF cita falsidade ideológica (1 a 5 anos de prisão), uso de documento falso (1 a 5 anos) e inserção de dados falsos em sistema de informação (2 a 12 anos). Cid, além disso, também foi indiciado por associação criminosa, já que teria participado da falsificação dos dados de Bolsonaro.

Deixe seu comentário

Só para assinantes