Conteúdo publicado há 8 meses

Vereador que fez dívida para homenagear Michelle divulga Pix para doações

O vereador de São Paulo Rinaldi Digilio (União-SP) republicou a postagem de um apoiador com a sua chave Pix para receber doações após ele fazer um empréstimo bancário de R$ 100 mil para custear uma homenagem à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) no Theatro Municipal, no centro da cidade.

O que aconteceu

Evento ocorreu mesmo após polêmicas e decisão da Justiça de São Paulo para proibir a entrega do título no local. Digilio, autor do projeto que concedeu o título, disse que pediu o empréstimo para custear o aluguel do Theatro Municipal da cidade e não cancelar a cerimônia. O texto foi aprovado em novembro de 2023 e o título foi entregue na noite de segunda-feira (25). No evento, ele reforçou que não houve descumprimento no uso do espaço, já que agora estaria pagando pelo uso.

Apoiadores de Digilio estão divulgando a chave Pix dele, que é o CPF, em postagens nas redes sociais. No Instagram, o político está republicando as mensagens dos apoiadores, inclusive com sua chave Pix. A reportagem checou que a chave divulgada tem como destino uma conta em nome do político.

Assessoria do parlamentar confirmou divulgação da chave Pix de Digilio. Segundo a assessoria, em nota, a divulgação é realizada por "alguns apoiadores e pessoas que foram ao evento e se sensibilizaram com o empréstimo que o vereador fez para custear a cerimônia".

O vereador disse antes do evento que o pagamento de R$ 100 mil segue a tabela pública para utilização do local. Ele reforçou que o valor foi obtido por ele após empréstimo bancário, "de modo a evitar quaisquer dúvidas relativas de dano ao erário público".

Em 2020, Digilio declarou patrimônio de R$ 2,4 milhões ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). O vereador é pastor da Igreja do Evangelho Quadrangular e diz lutar contra "proposituras que visam destruir os valores cristãos e da família tradicional" em sua biografia divulgada no site da Câmara de São Paulo, informou o Estadão Conteúdo.

Vereador comemorou a realização do evento

Digilio comemorou a realização do evento. "Michelle Bolsonaro é cidadã paulistana. Jamais me deixarei parar por aqueles que se levantam contra a liberdade! Vamos juntos até o fim", escreveu em publicação no Instagram.

Na cerimônia, o vereador chegou a falar em "perseguição" por decisão judicial. O político reforçou o empréstimo que fez, alegou que conversou com a esposa, que estava no evento, para realizar o financiamento, e citou que colocou seus bens pessoais como garantia para o banco.

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Autor do projeto também criticou o PSOL, responsável pelas ações na Justiça de São Paulo contra a cerimônia. O pastor argumentou que fez o empréstimo porque não poderia deixar a cidade de São Paulo passar a "vergonha" em não realizar o evento. A cerimônia foi transmitida pelo canal do YouTube da Câmara Municipal de São Paulo.

Deputada diz que entrará com processo

Ainda durante o evento, a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) disse que entrará com processo criminal. A ação, segundo a parlamentar, será contra o prefeito Ricardo Nunes, Digilio e o diretor da Fundação Theatro Municipal por desobediência da decisão judicial e improbidade administrativa. Erika acusa o trio de descumprir decisão judicial e as normas administrativas do próprio espaço, que exige inscrição prévia de 20 a 40 dias antes da realização de cerimônia no local.

"Nunes quer transformar a cidade num vale tudo como Bolsonaro fez com o Brasil", escreveu.

Nos stories, Digilio reagiu após o anúncio da deputada. "O choro continua sendo livre", comentou.

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Concessão do título

O projeto para concessão do título à Michelle foi proposto em 2020, ainda durante a gestão Bolsonaro. O texto foi aprovado em novembro de 2023 por 37 votos a favor e 18 contra a homenagem.

Na época, a ex-primeira-dama comemorou a decisão da Câmara Municipal. "Os representantes da extrema-esquerda na Casa tinham a meta de impedir esse título, mas os nossos vereadores se guiam pela verdade e pela justiça e, assim, dobraram a meta e venceram com mais do dobro dos votos!", escreveu.

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