Jair Renan vira réu por falsidade ideológica e lavagem de dinheiro

Jair Renan Bolsonaro, 25, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), virou réu e responderá pelos crimes de falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e uso de documento falso.

O que aconteceu

Jair Renan é suspeito de fraudar documentos para tomar empréstimos. A polícia acredita que o filho de Bolsonaro falsificou as relações de faturamento da empresa RB Eventos e Mídia para conseguir um empréstimo de R$ 157 mil em 2022. Depois, em 2023, obteve novos empréstimos de R$ 251 mil e R$ 291 mil. Jair Renan ainda teria dado um calote no banco.

Instrutor de tiro Maciel Alves de Carvalho também responde pelos crimes. Em agosto do ano passado, Jair Renan e Maciel foram alvos da Operação Nexum, que mirava um grupo suspeito de estelionato, falsificação de documentos, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro.

Relatório da investigação havia sido enviado à Justiça em 8 de fevereiro. Jair Renan e Maciel foram indiciados pela Polícia Civil pelos crimes de falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e uso de documento falso. A denúncia foi feita pelo MPDFT (Ministério Público do Distrito Federal e Territórios) e, agora, recebida pela 5ª Vara Criminal de Brasília. O processo continua sob sigilo.

Outro lado

Defesa fala em 'golpe' orquestrado por alguém contra Jair Renan. Em nota, o advogado Admar Gonzaga não revelou o nome do suposto golpista, mas disse que a pessoa é "conhecida" pela polícia e pela Justiça. "Tudo ficará esclarecido no curso do processo, no qual a defesa poderá apresentar provas e fundamentos para o total esclarecimento do golpe contra ele aplicado", declarou.

UOL ainda tenta contato com a defesa de Maciel Alves de Carvalho. O espaço segue aberto para manifestação.

Relembre o caso

Filho '04' de Bolsonaro foi alvo de uma operação da Polícia Civil. Em 24 de agosto de 2023, os agentes cumpriram mandados de busca e apreensão em dois endereços de Jair Renan: um apartamento em Balneário Camboriú (SC) e outro em Brasília. Na ocasião, também foram cumpridos dois mandados de prisão — um deles contra o coach e instrutor de tiro Maciel Alves de Carvalho, de 41 anos.

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Suspeita era de que grupo agia a partir de laranjas e empresas fantasmas. Segundo a polícia, eles usavam a falsa identidade de Antônio Amâncio Alves Mandarrari para abrir contas bancárias. O nome também constava como proprietário de empresas usadas como laranjas.

Principal alvo era Maciel, apontado como mentor do esquema. O ex-instrutor de tiro de Jair Renan também já havia sido alvo de outras duas operações da Polícia Civil do DF em 2023. No âmbito da Falso Coach, Maciel era suspeito de usar CPF falso para comprar armas; já a "Succedere" investigava as "noteiras" — sete empresas de fachada responsáveis pelo fornecimento de notas fiscais falsas.

Os investigados forjam relações de faturamento e outros documentos das empresas investigadas, utilizando-se de dados de contadores sem o consentimento destes, inserindo declarações falsas, com o fim de alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante, bem como mantêm movimentações financeiras suspeitas entre si, com o possível envio de valores para o exterior.
Trecho de nota da Polícia Civil do DF sobre a Operação Nexum

(Com Estadão Conteúdo)

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