Fortalecido por falas de Musk, ato de Bolsonaro desafia feriadão no Rio

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) realiza neste domingo (21) um ato na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, em meio a um feriadão — já que terça (23), dia de São Jorge, é feriado no estado. Entre os bolsonaristas, a expectativa é de grande público após as falas de Elon Musk, dono do X (ex-Twitter), contra o STF (Supremo Tribunal Federal).

O que aconteceu

A briga de Musk com o ministro Alexandre de Moraes se deu em semana estratégica para o bolsonarismo. Vários eventos já programados aumentaram a visibilidade de políticos ligados ao ex-presidente e ampliaram a repercussão do caso. Na última terça (16), a representação no Brasil da rede social X se comprometeu a seguir decisões do STF.

Desdobramentos do episódio animaram bolsonaristas. Apoiadores do ex-presidente destacam artigos de opinião contra a movimentação de Moraes publicados em diversos jornais e a ausência de novas medidas por parte do ministro após o episódio como fatores que podem encorajar mais gente a ir a Copacabana amanhã.

"Por que vocês estão pedindo tanta censura no Brasil?", Musk tuitou no dia 6. Ele respondia a outro tuíte, de Alexandre de Moraes, ministro do STF, que, por isso, incluiu Musk entre os investigados do inquérito das milícias digitais. A situação disparou uma onda de críticas de conservadores do mundo todo ao juiz.

Musk chamou de "censura" o cancelamento de contas do X por ordem do STF. Até aquele momento, a lista de perfis que haviam sido bloqueados ainda não havia sido divulgada — o que aconteceu na última quarta (17), por meio de um relatório do Comitê de Assuntos Jurídicos da Câmara dos Deputados dos EUA.

Reunir público durante feriadão será desafio. Tradicionalmente, muitos cariocas deixam o Rio em ocasiões desse tipo e, como o feriado em questão é celebrado apenas em nível estadual, a eventual compensação com a presença de turistas de outros estados do país na cidade não é algo esperado.

Evento é demonstração de força

O ato ocorre em momento com clima oposto ao de fevereiro. À época, uma manifestação na Avenida Paulista ocorreu logo após Bolsonaro depôr na investigação de uma suposta tentativa de golpe de Estado. Agora, o apoio de Elon Musk e outros atores internacionais a Bolsonaro na cruzada contra o STF inverte esse cenário.

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"Nós vamos detonar essa fake news de minuta de golpe", disse Silas Malafaia. O pastor explicou que "cada um do seu jeito vai dar uma palavra sobre o assunto". Além do documento, a defesa do Estado Democrático de Direito será um dos temas do ato. "Cada um é livre para falar", afirmou ele sobre os oradores.

Além do ex-presidente e Malafaia, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) irá discursar. Os governadores presentes que quiserem também terão espaço no microfone.

Políticos esperados e confirmados

O ato está marcado para começar às 10h. A expectativa da organização é que estejam presentes os governadores Claudio Castro (PL-RJ), Jorginho Mello (PL-SC) e Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP). Dos três, só Mello confirmou presença à reportagem. Além deles, são esperados nove senadores e 60 deputados federais.

Romeu Zema (Novo), governador de Minas Gerais, não deve participar. O motivo é a data: 21 de abril é o feriado de Tiradentes, líder da Inconfidência Mineira. A data é marcada por atos oficiais no estado. Outra ausência será Ricardo Salles (PL-SP), ex-ministro do meio ambiente de Bolsonaro.

Uma vaquinha foi organizada para financiar os gastos com o ato. Articulada pelo deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), a iniciativa levantou R$ 125 mil. Ao todo, 25 parlamentares doaram R$ 5 mil cada um para custear o aluguel dos trios elétricos e outras despesas.

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Vamos lá fazer essa manifestação, que novamente servirá para uma fotografia para o mundo e para nós discutirmos aí o nosso estado democrático de direito
Jair Bolsonaro (PL), em vídeo de convocação ao ato

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