Governador do Acre se torna réu no STJ por suposta corrupção de R$ 150 mi

Gladson Cameli (Progressistas), governador do Acre, se tornou réu no STJ (Superior Tribunal de Justiça) nesta quarta (15), por suposto esquema de corrupção.

O que aconteceu

Denúncia foi feita pela PGR (Procuradoria Geral da República). De acordo com o órgão, Cameli e outras 11 pessoas teriam envolvimento com um esquema de fraude em licitações de obras públicas no Acre. Só governador será julgado pelo tribunal.

Estimativa é que o esquema tenha gerado prejuízo de, pelo menos, R$ 150 milhões. Além de corrupção, Cameli é acusado de peculato, lavagem de dinheiro, organização criminosa e fraude a licitação.

Ministros do STJ aceitaram denúncia contra Cameli por unanimidade. Entretanto, eles negaram o pedido da PGR para que o governador fosse afastado do cargo.

Decisão determinou indisponibilidade de valores do governador. Em março de 2023, uma operação da Polícia Federal contra 34 pessoas por suspeitas de corrupção resultou no congelamento de aeronave, imóveis e veículos de posse de Cameli com valor total estimado em R$ 10 milhões. Ele também precisou entregar o passaporte às autoridades.

"Terei oportunidade de me defender e provar minha inocência", afirma Cameli. Em nota, o governador informou que, pela primeira vez, está "sendo oficialmente ouvido" e que segue "confiando na Justiça".

PGR já havia denunciado Cameli em novembro de 2023. À época, ele, a esposa e outras 11 pessoas foram denunciados por organização criminosa, corrupção, peculato, lavagem de dinheiro e fraude a licitação por um esquema que teria gerado prejuízos estimados em R$ 12 milhões aos cofres públicos.

Suspeita era de que membros do esquema servissem como "laranjas" para recebimento de propinas. A denúncia dizia que Cameli teria recebido mais de R$ 6 milhões de empresas de construção para fechar contratos fraudulentos.

Ostentação reforçou suspeitas de corrupção. Governador e família tinham itens de luxo, como uma BMW de R$ 500 mil e uma mansão em Miami estimada em US$ 4,5 milhões (quase R$ 23 milhões), segundo reportagem do UOL. A suspeita é que os bens foram comprados com dinheiro desviado do governo estadual.

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Na ocasião, defesa do governador rejeitou as denúncias e disse que os gastos viriam de atividade empresarial. Na eleição de 2022, Cameli declarou um patrimônio de R$ 5,1 milhões.

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