Marielle: com R$ 1.412, delegado suspeito recorre para receber R$ 25 mil

O delegado Giniton Lages, suspeito de conduzir inquérito para não punir os mandantes do assassinato de Marielle Franco, entrou com novo recurso contra decisão de Moraes que liberou só o recebimento de um salário mínimo (R$ 1.412) enquanto ele cumpre medidas cautelares.

O que aconteceu

Defesa de delegado pede reavaliação de recurso que já havia sido apresentado em 26 de abril. A advogada Thalita Fontes Mesquita Acatauassú Nunes, que representa Lages, diz que o ministro determinou a instauração de um novo inquérito por obstrução de Justiça sem avaliar o pedido inicial que ela havia feito. Por prevenção, essa nova investigação teve a relatoria distribuída a Moraes.

Pedido anterior da advogada dizia que corte do salário integral prejudicaria o sustento dos filhos do delegado. "Mantido o atual estado de coisas, o agravante não terá como pagar o condomínio e as escolas de seus filhos — para não mencionar outras despesas igualmente essenciais, como pagamento da alimentação, energia elétrica, gás, financiamento do imóvel, saúde etc", argumentou a defesa de Lages.

Moraes acatou parcialmente recurso para desbloqueio de contas bancárias, em abril, com o pagamento de salário mínimo. Na ocasião, o ministro também liberou ativos financeiros de Lages, mas Moraes negou pedido para recebimento de salário integral pelo delegado. Atualmente, ele é monitorado por tornozeleira eletrônica e está proibido de deixar comarca do Rio.

Delegado tem salário líquido de R$ 25 mil, segundo o portal da transparência do Rio. Giniton Lages foi o primeiro responsável por conduzir as investigações do assassinato de Marielle e do motorista Anderson Gomes. Ele assumiu o caso logo no início, mas foi substituído em 2019.

Delegado escreveu livro sobre caso Marielle

Livro tem 284 páginas e recebeu o nome "Quem Matou Marielle?". A obra foi lançada em 2022 pela editora Matrix. Na capa, a publicação descreve "os bastidores do caso que abalou o Brasil e o mundo revelados pelo delegado que comandou a investigação".

Com as investigações, vieram à tona diversas informações sobre o submundo do crime no Rio de Janeiro, as conexões com as milícias e, principalmente, a grande dúvida sobre quem foi o mandante da execução
Trecho da descrição do livro

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