No Rio, Bolsonaro diz que Ramagem está pagando 'preço alto por sua ousadia'

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) participou hoje de evento na Tijuca, no Rio de Janeiro, ao lado do deputado federal e pré-candidato à prefeitura da cidade Alexandre Ramagem (PL-RJ).

O que aconteceu

Bolsonaro subiu em trio elétrico com o ex-chefe da Abin em seu governo. Também participaram da agenda o governador Cláudio Castro (PL), o senador Flávio Bolsonaro (PL) e o deputado Sóstenes Cavalcante (PL), além de outros aliados do ex-presidente que disputam as eleições deste ano.

Em tom de campanha, ex-presidente fez discurso para mostrar "possibilidades" no Rio. "Hoje aqui, não é campanha política, não é comício. É uma rápida passagem do que foi meu mandato, do que nós estamos apresentando como possibilidades para o Rio de Janeiro", afirmou Bolsonaro.

O Ramagem, que eu conheci na transição de 2018, já começa a pagar um preço alto pela sua ousadia de querer pensar, sonhar e administrar uma cidade com respeito, com honradez e com orgulho. Jair Bolsonaro (PL), em evento no Rio de Janeiro

A PF encontrou áudio de reunião entre Bolsonaro e Ramagem para blindar Flávio, segundo a polícia. A informação consta no relatório da investigação sobre a "Abin paralela", divulgado na última quinta-feira (11). Na conversa, o ex-chefe da Abin propôs abrir procedimentos administrativos contra os auditores fiscais que investigaram o senador no caso das rachadinhas, e Bolsonaro concordou.

Ramagem defendeu a eleição de uma "Câmara Municipal de direita". O deputado federal é pré-candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro. "Em 2024 e 2026, temos que mostrar a força nas eleições para, em 2026, fazermos mais deputados, mais senadores, governadores e, se Deus quiser, acreditem, vamos fazer novamente Jair Messias Bolsonaro presidente", afirmou. Bolsonaro está inelegível até 2030 por decisão do TSE.

Castro disse que será "liderado" por Bolsonaro até o fim de seu mandato. O governador do Rio de Janeiro também afirmou que, se depender dos eleitores do estado, o ex-presidente "voltará" em 2026. "Se o Rio de Janeiro fosse um país, em 2022 Bolsonaro teria sido eleito no primeiro turno. E se fosse para o segundo turno, o Rio te daria mais de 60% dos votos válidos", disse.

'Não entrego faixa para ladrão', disse Bolsonaro

Ex-presidente afirmou que nunca teve intenção de passar a faixa presidencial a Lula. "Alguns achavam que eu ia passar a faixa para aquele cara, mas eu não passo faixa para ladrão", disse Bolsonaro. O público presente, em sua maioria com camisas da seleção brasileira, reagiu com gritos de "Lula ladrão, seu lugar é na prisão".

Continua após a publicidade

Críticas a ataque contra Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos. Ao falar sobre a tentativa de assassinato do republicano, Bolsonaro fez comparação com a facada que levou durante um ato de campanha de 2018, em Juiz de Fora (MG).

Vocês repararam que só quem é conservador e quem é de direita sofre atentado? Vocês viram que houve uma tentativa de matar o Trump lá nos Estados Unidos?

Ao fim do discurso, Bolsonaro foi embora sentado em cima de um carro com Ramagem. Os apoiadores seguiram o veículo pela rua Desembargador Izidro, na Tijuca. Em seguida, o ex-presidente desceu do teto, entrou no carro e o veículo deixou o local.

Deixe seu comentário

Só para assinantes