'Não vamos reconhecer o governo se essas atas não aparecerem', diz Amorim

O assessor de Assuntos Internacionais da Presidência da República, Celso Amorim, disse hoje a senadores que o Brasil não vai reconhecer a vitória do ditador Nicolás Maduro se as atas eleitorais da Venezuela não forem divulgadas.

O que aconteceu

"Nós não vamos reconhecer o governo se essas atas não aparecerem", disse Amorim. O assessor falou sobre o assunto em uma audiência da Comissão de Relações Exteriores do Senado. Desde que a Venezuela anunciou a vitória do ditador Nicolás Maduro, em 28 de julho, a posição oficial do Brasil é a de pedir a divulgação dos documentos, o que não ocorreu até o momento.

Pressionado por senadores da oposição, o assessor de Lula não citou medidas que o Brasil poderá tomar em relação às atas. Ele afirmou que o governo quer "encontrar uma solução que seja democrática, eleitoral e pacífica" para a Venezuela, mas não apresentou alternativas concretas para resolver o impasse.

Amorim afirmou que "não é produtivo" fixar um prazo para que a Venezuela apresente as atas. "Minha experiência diz que isso não traz bons resultados", declarou. Segundo Amorim, o Brasil manterá sua posição "se não houver algum acordo que possibilite avançar" nos diálogos com o país vizinho.

O assessor afirma que não propôs que haja novas eleições na Venezuela. Na última terça (13), ele defendeu um novo pleito em entrevista à colunista do UOL Raquel Landim, mas disse que essa não é a posição oficial de Lula nem a do Brasil. Hoje, no Senado, Amorim afirmou que "isso não está sendo discutido", mas que dependeria "de um sistema de vigilância diferente" sobre a votação no país.

O Brasil não deixará, e não deveria ter deixado de ter jamais relações com a Venezuela, como foi feito. Retiraram até os embaixadores, nossa embaixada estava lá jogada ao lixo. Jamais. Agora, nós, não creio, não creio que, se não houver algum acordo que possibilite avançar, nós não vamos reconhecer o governo se essas atas não aparecerem
Celso Amorim, assessor de Assuntos Internacionais da Presidência da República

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