Quem diz que ganhou não deve temer nova eleição, diz Amorim sobre Venezuela
O assessor especial de Assuntos Internacionais da Presidência da República, Celso Amorim, disse à coluna que é pessoalmente a favor da realização de novas eleições na Venezuela, mas que essa não é a posição oficial do Brasil, nem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"Se os dois lados acham que ganharam, ninguém tem nada a temer", afirmou Amorim, referindo-se ao ditador Nicolás Maduro e à oposição liderada por Maria Corina Machado.
Segundo revelou o jornal Valor Econômico, Lula teria sugerido a realização de novas eleições na Venezuela durante a última reunião ministerial como forma de resolver o impasse.
Fontes do Itamaraty negam que essa seja a posição brasileira e afirmam que o país segue pedindo as atas por seção do pleito presidencial.
Amorim disse que a ideia da realização de novas eleições já vem circulando nos meios diplomáticos fora do Brasil e que, na sua avaliação, ela deveria ser considerada, porque a Venezuela precisa de uma solução pacífica.
Ele também afirma que novas eleições presidenciais seriam parte de um pacote, que incluiria garantias recíprocas para os dois lados, realização de eleições parlamentares e o fim das sanções aplicados por norte-americanos e europeus.
Amorim admite que a verificação das atas seria a solução ideal, mas diz que não há nenhuma clareza do que será decidido pela Justiça venezuelana e que é preciso encontrar um caminho para a paz.
Ele afirmou que não conversou sobre o assunto nem com representantes do chavismo, nem com a oposição.
Nesta terça-feira (13), o assessor especial da Presidência da República recebeu uma ligação de um representante do papa Francisco, que está preocupado com a situação na Venezuela.
O cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano, agradeceu a mediação de Brasil, México e Colômbia e pediu que seja encontrada uma solução pacífica.
A parceria entre os três países passa por um estremecimento, conforme fontes do Itamaraty. A presidente eleita do México, Claudia Sheinbaum, afirmou que não lhe cabe interferir na situação da Venezuela.
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