Ataque ao Líbano é sequência do genocídio em curso em Gaza, diz professor
O ataque de Israel ao Líbano dá continuidade a um genocídio que já está em curso na Faixa de Gaza, afirmou o professor de Relações Internacionais da PUC/SP Reginaldo Nasser ao UOL News desta segunda (23).
As forças israelenses lançaram grande ataque contra o grupo islâmico Hezbollah, aliado do Hamas. O Ministério da Saúde do Líbano informou que centenas de pessoas morreram e mais de mil ficaram feridas nos bombardeios. Nasser destaca que a população civil tem sido atingida, apesar de Israel argumentar que os ataques têm como alvo o Hezbollah.
Em primeiro lugar, as ações de Israel vêm em uma sequência do que já está em curso em Gaza, que é o genocídio. Também vêm desde, principalmente, a década de 80 as ações de Israel no Líbano, ora entrando na guerra civil, ora os ataques de 2006, que, como se sabe, vão muito além de atacar o Hezbollah, pura e simplesmente.
Israel diz que está atacando alvos do Hezbollah mas, ao mesmo tempo, pede para as pessoas saírem das casas. Evidentemente que a população civil é completamente atingida, e a escalada está aumentando.
Para o professor, as ações de Israel são possibilitadas pela falta de freios ao país e pelo apoio dos Estados Unidos.
Se Israel está fazendo isso é porque tem apoio implícito ou explícito. E o principal deles, como todos nós sabemos, vem dos Estados Unidos. Israel não faria uma ação dessas sem a devida consulta aos Estados Unidos.
Eu não diria, infelizmente, que a questão se restringe a Netanyahu [Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel]. Ela diz respeito a um conjunto de forças políticas que é majoritário em Israel. Vai muito além do Netanyahu, infelizmente, e tem respaldo da opinião pública.
Israel ataca Beirute, ataca a capital do país. Então, você vê que ele faz o que quer. Não há freios. Esse é o problema, tanto na ordem interna quanto na ordem internacional. Precisa ter freio. Netanyahu diz em Gaza, quando começa o massacre, que havia dois objetivos: resgatar os reféns e liquidar o Hamas. Nenhum deles foi cumprido faz 11 meses e quem sofre é a população.
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