Após reunião com STF, relator do Orçamento apresenta projeto sobre emendas

O relator do Orçamento de 2025, senador Angelo Coronel (PSD-BA), apresentou um projeto de lei complementar para regulamentar a execução das emendas parlamentares, suspensas pelo ministro do STF Flávio Dino, desde agosto.

O que aconteceu

Ainda não está acertado se o Congresso votará a proposta de Angelo. Nos últimos dias, o senador discutiu o projeto com os presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e da Casa Civil, mas não ficou combinado que os parlamentares vão votar o texto dele para resolver o imbróglio das emendas.

Proposta foi apresentada após reunião no STF com presidentes da Câmara e Senado. Pela nota divulgada após o encontro desta semana entre a cúpula do Legislativo e do Judiciário, ficou acordado que Congresso e o governo concluiriam um projeto de lei complementar sobre a execução das emendas a partir de 2024. A ideia é que o texto seja votado nas duas Casas nas próximas semanas.

Parlamentares têm pressa em retomada de pagamento. Dino suspendeu os pagamentos até que o Congresso dê transparência, rastreabilidade e eficiência aos recursos durante o período de campanha eleitoral, quando os recursos não poderiam ser pagos. Após o segundo turno das eleições, que acontece no próximo domingo (27), a execução das emendas poderia ser retomada na próxima semana, caso o impasse tivesse sido resolvido.

Aprovação do projeto não garante o pagamento dos recursos. Após a votação no Congresso, Dino ainda vai avaliar se a proposta atende as exigências feitas por ele e submeter o texto ao plenário do Supremo, antes de autorizar a execução dos valores.

O que diz o texto de Angelo Coronel

Emendas "Pix" com regras mais rígidas. As transferências especiais vão priorizar a conclusão de obras inacabadas. No momento da indicação, o parlamentar deve informar o objeto e o valor repassado ao indicar o beneficiário.

Municípios devem informar dados bancários. Quem receberá os valores precisa informar, para cada indicação, a agência e a conta corrente onde serão depositados os recursos. As transferências especiais para locais em situação de calamidade pública e emergência terão prioridade.

Ministérios têm 30 dias para comunicar o pagamento dos recursos ao Legislativo municipal e à Corte de Contas. A pasta responsável pela execução da emenda precisa informar à Câmara de Vereadores e ao Tribunal de Contas da União que cidade recebeu valores de transferências especiais.

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Individuais

Garantir a execução de políticas públicas alinhadas às prioridades do governo e das necessidades locais. O uso desses recursos fica condicionado à assinatura de convênios, plano de trabalho detalhado, metas físicas e financeiras, cronograma de execução e indicadores de desempenho e resultados esperados. O TCU e a CGU (Controladoria-Geral da União) vão fiscalizar a execução de recursos com os órgãos de controle interno e externos.

Bancadas

Recursos só podem ser enviados para projetos e ações estruturantes nos estados. Há, contudo, uma brecha para o envio de verba para outra localidade caso seja um fator condicionante para a execução da verba ou para propostas a nível nacional e regional.

Serão 16 emendas no total. O texto estabelece a apresentação de até oito emendas por bancada estadual e oito em caráter discricionário, ou seja, uma brecha para que a bancada possa indicar mais recursos como moeda de troca nas negociações das casas.

Comissão

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Emendas serão assinadas pelos líderes de partidos. Os valores da modalidade indicados pelas lideranças precisam ser aprovados no colegiado. Pela proposta, é obrigatório destinar, no mínimo, 50% dos recursos para ações e serviços públicos de saúde.

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