Lula aparece com pontos na nuca em 1º evento após queda em banheiro

O presidente Lula (PT) fez o primeiro evento público após sofrer uma queda no banheiro e bater a nuca no último sábado (19). Ele estava com pontos na cabeça, mostrados em foto de Gabriela Biló, da Folha.

O que aconteceu

Lula fez nova rodada de exames. Segundo o boletim, ele "está apto para exercer sua rotina de trabalho em Brasília", mas continuam restrições a viagens de longa duração e está cancelada a ida a Cali, na Colômbia, na semana que vem.

O presidente ia participar da COP 16 sobre Biodiversidade, com previsão de embarque na próxima terça (29). Já é a segunda viagem internacional que Lula cancela por causa do acidente, depois de deixar de ir à Rússia para participar da cúpula do Brics.

Ele deverá repetir o exame daqui a cinco dias. O objetivo das ressonâncias magnéticas, realizadas no Hospital Sírio-Libanês, é identificar possíveis sangramentos. Segundo o médico cardiologista Roberto Kalil Filho, que acompanha Lula, o presidente teve uma pequena hemorragia após a queda e é preciso manter acompanhamento.

No evento no Planalto de hoje, ele culpou as empresas mineradoras pelas 19 mortes em Mariana (MG), em 2015. Foi assinado um novo acordo de reparação dos prejuízos causados pelo rompimento da Barragem do Fundão.

O acordo, assinado por governo e empresas nesta tarde no Planalto, prevê o pagamento de R$ 132 bilhões ao poder público. Destes, R$ 100 bilhões tem de ser pagos em até 20 anos pelas empresas envolvidas (Samarco, Vale e a inglesa BHP Billiton) para que sejam aplicados em diversas iniciativas de recuperação da região e indenização da população.

Lula fez um discurso duro na presença dos presidentes das companhias. O petista disse que o acidente poderia ter sido evitado, questionou o uso dos cerca de R$ 37 bilhões já pagos pela fundação criada para amparar as vítimas e disse que a situação tem de "servir de lição".

"Eu espero que as empresas mineradoras tenham aprendido a lição", continuou o presidente. "Ficaria muito mais barato ter evitado o que aconteceu, infinitamente mais barato."

É isso que tem que ficar claro: nós estamos fazendo reparo numa desgraça que poderia ter sido evitada, mas que não foi evitada. Por irresponsabilidade, por ganância de lucro. [...] As questões climáticas estão acontecendo, mas o que aconteceu em Mariana não foi uma questão climática, foi uma questão de irresponsabilidade pura e simples.
Lula, sobre acidente de Mariana

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