'Veja se estou preocupado', ironiza Bolsonaro às vésperas de denúncia
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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fez pouco caso da provável denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) que deve pedir abertura de processo judicial contra ele por tentativa de golpe. A expectativa é que a denúncia saia nesta semana.
O que aconteceu
O ex-presidente disse que não está preocupado com a possibilidade de processo judicial. Ele foi curto e grosso ao ser questionado sobre o assunto. "Eu não tenho nenhuma preocupação. Zero!"
Bolsonaro criticou o trabalho das autoridades que investigam sua suposta participação na tentativa de golpe de Estado. Ele reclamou que não sabe o que há na investigação. Citou falta de acesso à delação do tenente-coronel Mauro Cid e à minuta de golpe. O ministro do STF Alexandre de Moraes negou esta afirmação do ex-presidente.
As declarações ocorreram no Senado. O ex-presidente se reuniu com senadores da oposição e não se prolongou nos comentários a respeito da possibilidade de problemas judiciais.
Bolsonaro tenta transmitir tranquilidade, mas voltou a atacar a Justiça Eleitoral às vésperas da denúncia. No final de semana, o ex-presidente acusou o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), sem provas, de receber dinheiro de outros países para fazer uma campanha incentivando jovens a tirar o título de eleitor.
O caso está na fase de análise da PGR. Isso significa que o procurador-geral da República, Paulo Gonet, analisa a investigação da Polícia Federal e decide o que fazer. Há três possibilidades:
- Pedir abertura de processo contra Bolsonaro;
- Sugerir arquivamento;
- Solicitar mais investigações para a PF.
Recado político
A tendência é que a PGR peça abertura de ação penal. O caso será julgado pelo STF, e Moraes será o relator do processo.
O encontro com os senadores ocorre na semana em que se espera a denúncia contra Bolsonaro. Estar com os parlamentares é uma forma de demonstrar apoio político. O Bloco Vanguarda, visitado por Bolsonaro nesta terça, tem 15 senadores.
Cabe ressaltar que nenhum nome do centrão participou do encontro. O bloco que inclui PSD, MDB, União Brasil, PP e Republicanos é a maior força do Congresso e seus posicionamentos decidem se governo ou oposição ganhará as disputas.
Os senadores aliados deram outro significado ao encontro. Marcos Rogério (PL-RO) falou que se tratou da primeira reunião do ano e o objetivo era decidir se a prioridade seria mudar a lei da Ficha Limpa ou projeto da anistia.
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