Governo trabalha para reduzir desigualdades regionais no acesso a exames contra câncer de mama, afirma Padilha
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou nesta sexta-feira (19) que o país avançou no combate ao câncer de mama e de colo do útero, mas acrescentou que ainda é preciso superar desigualdades regionais para que mais pessoas, principalmente do Norte e do Nordeste, tenham acesso a exames preventivos e a tratamento.
Esses dois tipos de câncer são os mais frequentes na população feminina. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que em 2012, no país, haja 52,6 mil novos casos de câncer de mama e 17,5 mil de colo do útero. Ambos podem ser tratados e até curados caso haja o diagnóstico e o tratamento adequado.
Esse é o principal objetivo do Outubro Rosa, movimento que ocorre mundialmente. No Brasil, a mobilização reúne um conjunto de estratégias do Poder Público e de organizações da sociedade civil para conscientizar a população sobre a importância do diagnóstico precoce como forma de aumentar as chances de cura.
Entre as ações adotadas pelo governo federal estão programas de acesso a exames de prevenção e a tratamento. “Temos feito com que os exames cheguem mais próximo às mulheres, de forma mais regular e mais constante”, destacou Padilha, em entrevista ao Programa Bom Dia, Ministro, produzido pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência em parceria com a EBC Serviços.
De acordo com ele, por ano, são realizados 30 milhões de procedimentos e tratamentos de câncer no país, “mas o acesso é ainda muito desigual.” O ministro lembrou que, além das unidades de saúde, são disponibilizadas unidades móveis para realização de mamografias em locais de difícil acesso e com menos estrutura. O Programa Mamografia Móvel foi criado por meio de portaria assinada no início do mês.
Segundo dados do Ministério da Saúde, o número de mamografias feitas no Brasil aumentou 41% no primeiro semestre de 2012 em relação ao mesmo período do ano passado. De acordo com Padilha, existem no Brasil mamógrafos suficientes para fazer duas vezes mais exames que o necessário, em mulheres com idade prioritária, acima dos 50 anos. O problema é que muitos aparelhos estão fora de uso ou são subutilizados, segundo o ministro.
Em relação ao tratamento, o ministério está investindo na compra de aceleradores lineares, equipamentos usados radioterapia. Segundo o ministro, será firmado um acordo não só para a importação, mas também para a transferência de tecnologia. As empresas selecionadas se comprometerão a instalar fábricas no Brasil até 2015.
“Quando se produz no país, reduz-se o custo. As oscilações do câmbio, do dólar, não vão interferir. Além disso, haverá o acesso cada vez mais fácil, sobretudo aos chamados equipamentos de fronteira, os de última linha para o tratamento do câncer”, explicou.
O câncer de mama não ocorre somente em mulheres, embora entre os homens os casos sejam em menor número. Segundo estimativas do Inca, entre a população masculina, são registrados 250 novos casos por ano.
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