Estudo com múmias mostra que endurecimento das artérias era frequente
O endurecimento das artérias é considerado uma doença contemporânea, relacionada a fatores de risco como tabagismo, obesidade e falta de exercício. No entanto, o estudo de 137 múmias de diferentes regiões geográficas mostra que o problema era frequente no mundo antigo.
O estudo, publicado no periódico The Lancet, foi apresentado no encontro anual do American College of Cardiology, em São Francisco, nos EUA, no último fim de semana.
Em alguns casos, a estrutura arterial não tinha sobrevivido à mumificação, mas a placa calcificada ainda estava presente em locais onde as artérias deveriam estar.
No geral, os pesquisadores descobriram que mais de um terço (34%) das múmias examinadas tinham sinais prováveis ou definitivos de aterosclerose. Tal como acontece com populações modernas, eles descobriram que indivíduos mais velhos eram mais propensos a ter a doença (quando era possível estimar a idade das múmias).
As múmias foram submetidas a exames de tomografia
Embora uma pesquisa anterior já tivesse revelado a presença de aterosclerose em uma proporção significativa de múmias egípcias, este é o primeiro estudo a olhar para os sinais de endurecimento arterial em múmias de diferentes regiões do mundo, com estilos de vida distintos e de épocas diferentes.
Os resultados são particularmente importantes porque parecem contrariar a ideia de que a prevalência da aterosclerose em múmias egípcias teria relação com o fato de que, lá, os indivíduos mumificados tinham alto nível socioeconômico e, portanto, mais fatores de risco para a doença, como a ingestão excessiva de gordura.
"O fato de que nós encontramos níveis semelhantes de aterosclerose em todas as culturas estudadas sugere que a aterosclerose pode ter sido muito mais comum no mundo antigo do que se pensava anteriormente", afirma o professor Randall Thompson, do instituto Saint Luke's Mid America Heart, em Kansas City, nos EUA.
Professor Thompson acrescenta que a descoberta pode derrubar a hipótese de que imitar o estilo de vida pré-industrial seria uma forma de evitar a aterosclerose. Segundo ele, o estudo mostra que o entendimento dos médicos sobre as causas da doença está incompleto, e que o problema pode ser inerente ao processo de envelhecimento.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.