Mulher desfigurada pelo marido comemora sucesso de transplante facial
Médicos de Boston, nos Estados Unidos, anunciaram nesta quarta-feira (1º) o sucesso de um transplante facial completo realizado no Hospital Brigham & Women. A paciente é a enfermeira Carmen Blandin Tarleton, 44 anos, que ficou desfigurada após o marido tê-la queimado com soda cáustica durante um acesso de fúria seis anos atrás.
Os cirurgiões usaram a pele do rosto de uma doadora do sexo feminino no pescoço, nariz e lábios de Tarleton, além de músculos faciais, artérias e nervos.
"Eu sei como eu sou realmente abençoada, e o reflexo no espelho me lembra que o altruísmo realmente existe", Tarleton escreveu em seu blog. A irmã da paciente, Kesstan Blandin, compartilhou declarações da paciente na coletiva de imprensa organizada pelos médicos. "Quero transmitir à família da doadora que é um grande presente que eles deram para mim", disse o comunicado.
A enfermeira sofreu queimaduras em mais de 80% do corpo e ficou cega depois de ser atacada com um taco de beisebol e queimada com o produto de limpeza industrial, em junho de 2007. Ela passou por mais de 50 cirurgias desde então. As operações incluíram enxertos de pele e a restauração da visão de um olho.
Os transplantes faciais foram feitos em cinco operações no hospital. A última cirurgia levou 15 horas e incluiu uma equipe de mais de 30 profissionais da área médica. O cirurgião Bohdan Pomahac afirmou que seus ferimentos estavam entre os piores que ele já havia visto em sua carreira."Carmen é um lutadora", disse o médico.
Antes do transplante, Tarleton babava constantemente por causa da cicatriz na boca. Ela também não podia virar a cabeça de um lado para o outro ou levantar o queixo.
O cirurgião disse Tarleton ficou contente quando viu seu novo rosto pela primeira vez. Sua aparência não corresponde ao rosto da doadora, garante o médico.
A família da doadora quer permanecer anônima, mas divulgou um comunicado dizendo que seu espírito viveria através Tarleton e de outros três receptores de órgãos.
O ex-marido da paciente, Herbert Rodgers, declarou-se culpado em 2009 em troca de uma pena de prisão de pelo menos 30 anos. Segundo a polícia, Rodgers acreditava que sua esposa estava com outro homem e foi para casa para atacá-lo, levando consigo o produto que causou as queimaduras.
A enfermeira, que é mãe de duas filhas, fala sobre perdão e tem um livro recém-publicado chamado "Superação:. Queimado, cego e abençoado". No blog criado para promover seu livro, ela diz: "O perdão diz respeito a ajudar a nós mesmos, não as pessoas que nos feriram".
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