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RJ quer disponibilizar quartos de hotéis a quarentena do novo coronavírus

Do UOL, em São Paulo

17/03/2020 19h52

O Rio de Janeiro poderá ter quartos de hotel funcionando como leitos hospitalares durante a pandemia do novo coronavírus. É o que garantiu hoje o governador do estado, Wilson Witzel (PSC), em entrevista à CNN.

A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) já conta com um projeto de lei dos deputados André Ceciliano (PT) e Rodrigo Bacellar (Solidariedade), que disponibilizaria hotéis para pacientes em quarentena ou isolamento. Segundo Witzel, a possibilidade já era discutida antes mesmo da apresentação do projeto.

"É viável. Isso já estava sendo trabalhando pela secretaria de turismo. Estamos em contato com pequenos hotéis para poder receber essas pessoas. Uma vez infectados, que eles (pacientes) possam ser levados a esses hotéis. Casos mais graves serão hospitalizados. Hotéis serão apenas para casos em que pessoas ficaram em quarentena", explicou Witzel.

"Eu já tinha falado isso com a rede hoteleira. A lei é bem-vinda, mas isso é uma questão humanitária. Há estabelecimentos hoteleiros que estão conversando com nosso secretário (de Turismo) Otávio Leite", acrescentou.

Até a tarde de hoje, o Rio tinha 33 casos confirmados do novo coronavírus. Com o crescimento esperado para os próximos dias, o Governo do estado anunciou hoje de emergência e recomendou limitação da lotação atual de bares e restaurantes em até um terço. Centros comerciais têm a orientação de fechar lojas, enquanto praças de alimentação passariam a funcionar no máximo em até 70% dos horários.

Para Witzel, as medidas "infelizmente" são necessárias. "Nós estamos fazendo aquilo que os técnicos da Secretaria Estadual de Saúde, do Ministério da Saúde, da Organização Mundial da Saúde estão nos orientando. No mundo inteiro, a doença se espalhou, e cada país adotou uma forma de agir mais rápido ou mais lento. Alguns países retardaram medidas mais duras — como a Itália — e o resultado foi uma tragédia humana, com pessoas tendo problemas respiratórios e não podendo ser levadas a CTIs", comparou.

"Se nós nada fizermos, daqui três semanas teremos 30 mil contaminados. Isso significa mais de 1500 idosos vulneráveis tendo que ser internados em CTIs, e hoje não temos esses leitos. Teremos, daqui 30 dias, 300 leitos; daqui 60 dias, 600 leitos; mais os da rede privada, 1200 leitos", projetou.

Segundo o governador, as cirurgias eletivas das próximas semanas serão canceladas para garantir reforços na quantidade de leitos. "Nenhum lugar do mundo está preparado para receber 300 pacientes como respirador. Mas nós estamos tendo tempo de nos prepararmos", disse Witzel, deixando em segundo plano neste momento a situação econômica fluminense.

"Nossa preocupação agora é com a saúde das pessoas. A preocupação econômica vai ser depois. Nossa preocupação é salvar pessoas. Faremos tudo que é possível. Colocar os recursos que temos para fazer hospitais de emergência, para atender a população. A questão econômica, vamos ter que decidir depois", avisou.

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