Jovem com covid-19 sai de quarentena, vai a festa e futebol e é preso no RS
A Polícia Civil do Rio Grande do Sul prendeu na noite de ontem um jovem de 18 anos diagnosticado com covid-19 por descumprir o isolamento orientado pelos órgãos de saúde do estado.
A prisão ocorreu depois da expedição de mandado assinado pela juíza Marilde Angélica Webber Goldschmidt, da 1ª Vara Criminal de Justiça de Torres.
Segundo a Polícia Civil, autora do pedido de prisão, o jovem chegou da Irlanda em 11 de março já com os sintomas provocados pelo novo coronavírus e realizou exames no dia seguinte. Ele recebeu a orientação de se isolar em casa para evitar espalhar o vírus em caso de confirmação de covid-19. O exame testou positivo em 18 de março.
Antes de receber o diagnóstico, o jovem não atendeu às recomendações e chegou a ir para uma festa e a uma partida de futebol. Ele também recebeu atendimento em um salão de beleza, informou o delegado Adriano Koehler Pinto, que instaurou o inquérito criminal.
Ele é considerado suspeito em dois crimes do Código Penal, segundo a Polícia Civil. O primeiro, do artigo 267, que é causar epidemia, mediante a propagação de germes patogênicos, tem pena entre dez e 15 anos de reclusão; além do crime de infringir determinação do poder público, destinada a impedir introdução de doença contagiosa. Para esse segundo, a pena é de detenção de um mês a um ano, conforme o artigo 268.
De acordo com o delegado Adriano, a suspeita é de que o jovem tenha saído do isolamento de forma proposital.
"A madrasta avisa à secretaria de Saúde que ele está com os sintomas. Fizeram a coleta de material e foi cientificado no mesmo momento de que deveria estar em isolamento social, mas ele não respeitou as medidas, indo a diversas atividades e publicando nas redes sociais. Ele chegou a dizer que se os outros se contaminassem não era problema dele, não se importando com nada", explicou.
A prisão ocorreu em uma cidade vizinha a Torres, onde o jovem mora. A Polícia Civil não divulgou o município para não causar eventual pânico. O jovem não demonstrou resistência à prisão. Em caso de nova desobediência ao isolamento, o regime domiciliar deverá ser convertido para preventivo, sendo levado para um presídio.
"Não solicitamos a preventiva porque ele poderia contaminar outros presos em uma cela", justificou o delegado, acrescentando que os agentes que cumpriram o mandado de prisão tomaram cuidados sanitários para levar o suspeito de volta para Torres. "O pessoal que deu auxílio teve toda a cautela com a proteção necessária".
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