Mais jovem a morrer por coronavírus no Brasil queria ser chef e ajudar pais
Resumo da notícia
- Matheus Aciole, 23, tornou-se o mais jovem a morrer no Brasil por causa do coronavírus
- Ele era filho de empresários donos de uma fábrica de bolos artesanais em Natal
- Matheus estava internado desde 27 de março, quando teve problemas respiratórios
- O gastrólogo era obeso e pré-diabético, o que o colocava no grupo de risco
- Secretaria investiga como foi a contaminação de Matheus
- Ele é o segundo caso de morte por covid-19 no Rio Grande do Norte, sendo o primeiro em Natal
A paixão por bolos e doces de Matheus Aciole, 23, foi herdada dos pais. O jovem cresceu dentro de uma fábrica de bolos artesanais fundada por eles no bairro do Alecrim, zona leste de Natal. Ele sonhava em ser chef e abrir um bistrô. Porém, o sonho foi interrompido. Na noite de ontem, ele morreu vítima do novo coronavírus e tornou-se a vítima mais jovem do Brasil.
Essa foi a segunda morte por coronavírus no Rio Grande do Norte. O professor universitário Luiz di Souza, de 61 anos, diabético, foi o primeiro e o anúncio foi feito no sábado (28). Ele morreu em Mossoró, cidade distante 280 quilômetros de Natal.
Primo de Matheus, Gleydson Almeida relembra os sonhos do familiar. "Ele tinha uma ideia de abrir um bistrô. Já tinha uma pequena empresa de bolos e doces e estava bastante empolgado com a minha festa de formatura, perguntando como eu queria os doces, o bolo", recorda.
O jovem gastrólogo formado em 2017, que queria ser chef de cozinha, cursava a faculdade de nutrição e, em paralelo, uma pós-graduação em gastronomia. Seus pais são conhecidos na região e a morte repentina causou perplexidade entre os familiares de Matheus Aciole, que o tinham como um "menino grande, ingênuo e bondoso".
"Ele gostava muito de trabalhar, mas também gostava muito de festas. Ele era uma criança grande. Era ingênuo e gente boa demais. Ele trabalhava junto com os pais, ajudando", diz Gleydson.
Matheus morreu no início da tarde desta terça-feira, 31, num hospital particular de Natal. Ele estava internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) desde o dia 27 de março, quando começou a apresentar complicações respiratórias. O quadro de saúde foi piorando com o passar dos dias, com o comprometimento dos rins, segundo Gleydson.
"Ontem, ele teve uma parada cardíaca quando os médicos iriam iniciar uma hemodiálise", relatou Almeida. Matheus não resistiu à parada cardíaca. Segundo detalhamento do familiar, o laudo que atestou a morte do jovem aponta a ocorrência de H1N1, pneumonia e covid-19.
"Não teve velório. O corpo foi liberado, houve um momento com a família mais próxima e o corpo foi sepultado ainda na madrugada. Fica o alerta. As pessoas precisam tomar cuidado. Não é somente a questão da idade que conta", alerta Gleydson.
A Secretaria Municipal de Saúde investiga como se deu a contaminação, mas a possibilidade maior é que tenha sido através de transmissão comunitária, pois o jovem não tinha histórico recente de viagem.
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