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Mandetta cita erro de digitação, mas diz que covid pode ter chegado em 2019

Do UOL, em São Paulo

03/04/2020 17h50

O Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, creditou a um erro de digitação o anúncio equivocado de que o primeiro caso de coronavírus no Brasil teria sido em janeiro. A pasta corrigiu a informação nesta tarde afirmando que a paciente, uma mulher de 75 anos, na verdade, foi internada em março, e não em janeiro. No entanto, o ministro afirmou que é possível que o vírus já circulasse no país desde o ano passado.

Durante a entrevista coletiva desta tarde, o titular da pasta explicou que, até o mês passado, o Ministério da Saúde revisava todos os casos confirmados pelas secretarias estaduais, analisando "formulários grandes", com todos os dados dos pacientes. Assim, conseguia reconhecer possíveis equívocos antes da divulgação.

Diante do aumento de casos de covid-19 no país, a pasta alega ter deixado as revisões a cargo das secretarias; o ministério só reune os casos e consolida nos relatórios diários divulgados às 17h.

"Na consolidação (de ontem) veio esse caso com essa data. Quando chamaram a atenção, pedindo a revisão da data, a secretaria de Minas disse que foi um erro de digitação, de um caso que na verdade ocorreu em março", declarou o ministro.

Ainda assim, Mandetta acredita que casos de covid-19 podem, sim, ter ocorrido no país antes do primeiro caso confirmado vir a público, em fevereiro deste ano.

"É possível que tenham ocorrido casos em janeiro e dezembro. É possível até antes", observou. Ele disse que a China está, até hoje, descobrindo casos que ocorreram no início de dezembro e que, por ser um país grande, pode ter propagado o vírus quando ainda não existia diagnóstico para o coronavírus.

Entenda o caso

O governo declarou, na coletiva de ontem, ter identificado um caso de coronavírus em uma mulher de 75 anos, de Minas Gerais, que foi hospitalizada no fim de janeiro. Até o momento, o primeiro caso confirmado da doença no Brasil havia sido o de um paciente que teve o teste positivo anunciado em 26 de fevereiro.

Porém, hoje, o Ministério afirmou em nota que foi comunicado pela Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais que a "informação de início dos sintomas foi alterada de 23 de janeiro para 25 de março". A diferença de mais de dois meses não havia sido explicada na nota.