Mortes na Maré são o dobro ante dados oficiais, diz ONG; favelas somam 120
Resumo da notícia
- ONG Redes da Maré apontou 17 mortes no conjunto de favelas
- Foram contabilizados 120 óbitos nas comunidades do Rio
- Com 98 infectados, Rocinha foi a que mais registrou pessoas contaminadas
Levantamento divulgado hoje pela ONG Redes da Maré indica subnotificação de mortes no conjunto de favelas da zona norte do Rio por covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. A segunda edição do estudo "De Olho no Corona" constatou 17 óbitos, mais que o dobro em comparação aos oito casos registrados ontem (14) no painel de Prefeitura do Rio, e outros 11 em investigação.
Com base nos dados oficiais, o UOL registrou 120 mortes em decorrência da pandemia em 16 áreas dominadas por favelas na capital fluminense. Na Rocinha, zona sul, foram contabilizados 23 óbitos. Entretanto, um levantamento paralelo relatado por médicos em atuação na favela informa ao menos 62 casos —40 confirmados e 22 em análise.
O estudo feito por integrantes da área social da ONG da Maré em contato com profissionais das unidades de saúde da favela levou em consideração os dados registrados até o último sábado (9).
O levantamento leva em consideração 17 mortes de pessoas que testaram positivos para covid-19, indicando subnotificação em relação aos dados da Prefeitura do Rio. Há, ainda, outros 11 óbitos suspeitos. A reportagem do UOL questionou a Secretaria Municipal de Saúde sobre a diferença nos números, mas ainda não obteve resposta.
O levantamento ainda contabilizou 208 possíveis casos de pessoas contaminadas no conjunto de favelas (elas não foram testadas, mas apresentaram sintomas da doença). Oficialmente, há 41 pessoas que testaram positivo para covid-19 na região.
A falta de testagem dificulta a confirmação dos casos, já que as clínicas da família só fazem os testes em casos muito graves. Muitas pessoas vão para as unidades básicas de saúde e ficam em isolamento com sintomas de febre, dor no corpo e falta de ar. No entanto, estas pessoas não aparecem nas estatísticas como confirmadas. Os números não mostram estes casos
Lidiane Malanquini, coordenadora do boletim 'De olho no Corona'
Lidiane diz ainda que o monitoramento feito pela ONG ajuda a cobrar providências das autoridades em meio à pandemia, como a criação de uma equipe de atendimento nas favelas. "É preciso ter mais investimento em profissionais, estrutura e equipamentos de saúde", diz.
Dados registrados ontem no painel da Prefeitura do Rio confirmaram 120 óbitos e 460 pessoas infectadas nas favelas do Rio —no mês passado, haviam sido registradas 7 mortes e 43 casos.
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