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Prefeito compara Curitiba a quero-quero em flexibilização de medidas

Rafael Greca lamentou as 598 mortes pela covid-19, mas disse que ninguém ficou sem atendimento médico - Reprodução/Instagram
Rafael Greca lamentou as 598 mortes pela covid-19, mas disse que ninguém ficou sem atendimento médico Imagem: Reprodução/Instagram

Do UOL, em São Paulo

04/08/2020 13h12

O prefeito de Curitiba, Rafael Greca (DEM-PR), comparou hoje a cidade a um quero-quero, em referência ao atual momento de flexibilização de medidas mais restritivas no combate à pandemia do coronavírus. A comparação com a ave, comum na região Sul, vem no dia em que Curitiba estendeu o horário de funcionamento do comércio de rua e shoppings centers, ao mesmo tempo em que vê os números da covid-19 crescerem rapidamente.

"A cada passo vamos calibrando, porque a cidade é como um pássaro. O pássaro tem duas asas, uma é a saúde e a outra é a economia", disse Greca em entrevista à Globonews. O prefeito lembrou a disputa entre aqueles que querem a continuidade do processo de reabertura e quem defende a manutenção de medidas mais restritivas.

"O pássaro é o quero-quero, aquele passarinho aqui do Sul que diz 'quero, quero'. Tem uns que querem abrir, tem uns que querem fechar. O prefeito tem que ouvir o quero-quero e ir dosando o voo da cidade", completou Greca.

A capital paranaense deve ultrapassar hoje 600 mortes causadas pelo novo coronavírus. Em boletim de ontem da Secretaria de Saúde, a cidade chegou a 598 óbitos por covid-19. A evolução da pandemia se comprova pelo número de novos contaminados, que chegou a 587 casos nas últimas 24 horas.

Mesmo assim, Greca defendeu a ampliação no horário das atividades comerciais iniciada hoje. O comércio de rua, que podia funcionar até as 18h, passa a ir até as 20h. Já os shoppings passam das 20h para as 22h. Nos finais de semana, restrições maiores seguem valendo, como a proibição de funcionamento dos shoppings.

"O horário ampliado diminui a concentração dentro dos recintos e também no transporte coletivo", justificou o prefeito.

Pico em dúvida

Segundo Greca, ainda não há convicção se a cidade já passou pelo pior momento da pandemia. O prefeito chegou a afirmar que a administração "acha que o pico foi em 19 de julho", mas que isso só poderá ser comprovado nos próximos dias.

"Embora os índices apontem o Paraná em alta, aqui em Curitiba a curva está estabilizada e achamos que até o fim da semana vamos ter o panorama se pode subir ainda mais ou se vai começar a cair", disse Greca.

O prefeito lamentou as mortes, mas disse que a cidade tem situação tranquila quanto ao atendimento médico dos pacientes da covid-19.

"Nós lamentamos muito termos perdido essas quase 600 pessoas, mas a nenhum deles faltou nada e a nenhum dos nossos doentes falta nada. Houve pessoas que ficaram até três meses na UTI. A doença é muito penosa, mas a estrutura hospitalar de Curitiba é muito boa e temos visto uma estabilização na curva", afirmou.