Prefeito admite colapso e diz que Manaus só tem covas para '2 ou 3 meses'
Recém-empossado no cargo, o prefeito David Almeida (Avante) admitiu hoje que Manaus vive um novo colapso no sistema de saúde, em meio a um aumento de casos e internações de pacientes com covid-19. Segundo ele, se os níveis de mortalidade continuarem como estão, a cidade só terá covas disponíveis para mais "dois ou três meses".
"Manaus foi a primeira cidade do Brasil a entrar em colapso na saúde e foi também a primeira a sair. E voltamos novamente, nesta segunda onda, a entrar nesse colapso de atendimento de casos de covid-19", disse Almeida em entrevista à CNN Brasil. "Nós ainda temos alguma reserva [de covas], possivelmente temos dois ou três meses de vagas de sepultamento".
O prefeito ainda afirmou que pretende construir, de forma rápida, mais 6 mil covas no Cemitério Nossa Senhora Aparecida, o maior de Manaus. O local é o mesmo onde vítimas da covid-19 tiveram que ser enterradas em valas comuns por falta de espaço, no auge da primeira onda de infecções na cidade.
A ideia, segundo Almeida, é construir 22 mil novas covas ao todo. "Nós estamos contratando para que, de forma emergencial, nós possamos garantir que essas famílias possam ter seus entes queridos sepultados de uma forma digna", completou.
A capital amazonense tem 84.310 casos de covid-19 confirmados desde o início da pandemia, além de 3.478 mortes, segundo últimos dados disponíveis no site da Secretaria Municipal de Saúde. Das 183 novas internações pela doença registradas no estado de domingo (3) para segunda (4), 177 aconteceram em Manaus.
Situação de emergência
Diante do aumento dos casos de coronavírus, David Almeida decretou situação de emergência em Manaus pelo período de 180 dias. Publicado ontem no DOM (Diário Oficial do Município), o decreto nº 5.001 autoriza, entre outras medidas, a contratação temporária de pessoal e de serviços, além da compra de bens e materiais necessários para conter o avanço da pandemia.
Outros três decretos, também publicados ontem, ainda suspenderam a autorização para eventos, proibiram o corte do fornecimento de água e tratamento de esgoto em caso de não pagamento de contas e estabeleceram a volta do home office (teletrabalho) na administração municipal.
"Estamos adotando todas as medidas necessárias para contribuir decisivamente para o enfrentamento da covid-19, especialmente neste momento em que a cidade registra aumento de casos e, infelizmente, de mortes. Estamos preocupados com a população em geral, com aglomerações, com nossos servidores e com as pessoas mais carentes", disse o prefeito.
Estado tem situação crítica
O Amazonas voltou a registrar aumento no número de internações por covid-19, puxado principalmente pelo avanço da doença na capital. As 183 hospitalizações notificadas ontem representam o maior nível desde maio, quando o estado teve 168 internações em um único dia.
Segundo dados da FVS (Fundação de Vigilância em Saúde) do Amazonas, 91,84% dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do estado estão ocupados: 92,18% dos leitos para adultos da rede pública, 50% dos leitos infantis e 94% da rede privada. Leitos de enfermaria têm ocupação de 86,45%.
De ontem para hoje, o estado confirmou mais 1.928 infecções e 46 mortes, de acordo com último boletim divulgado pelo Ministério da Saúde.
(Com Estadão Conteúdo)
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