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Pelo 13º dia seguido, Brasil tem média de mortes por covid-19 acima de mil

Brasil se aproxima da marca dos 9,3 milhões de casos confirmados de covid-19 - Reinaldo Canato / UOL
Brasil se aproxima da marca dos 9,3 milhões de casos confirmados de covid-19 Imagem: Reinaldo Canato / UOL

Colaboração para o UOL, em São Paulo

02/02/2021 18h45Atualizada em 02/02/2021 20h29

O Brasil chegou hoje ao 13º dia consecutivo com média móvel de mortes por covid-19 superior a mil. A média de vítimas nos últimos sete dias é de 1.066. De ontem para hoje, o país registrou 1.240 novos óbitos provocados pela doença. Isso não indica quando as mortes de fato ocorreram, mas, sim, a data em que passaram a constar dos balanços oficiais.

O levantamento foi feito pelo consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte, baseado nos dados das secretarias estaduais de saúde.

Este já é o segundo maior período no qual o Brasil apresentou média móvel acima de mil mortes por covid-19 nos sete dias anteriores. A sequência mais longa em toda a pandemia ocorreu entre 3 de julho e 2 de agosto (31 dias). Neste intervalo, houve o recorde de 1.097 óbitos em média, verificado em 25 de julho.

Em 29 e 30 de janeiro, o Brasil teve as maiores médias de mortes por covid-19 dos últimos seis meses: 1.068 e 1.071, respectivamente.

A variação na comparação com 14 dias atrás foi de 8%, o que representa estabilidade, ainda que em números muito altos.

Das regiões, Nordeste (-19%) e Sudeste (-26%) apresentaram queda. Norte (-4%), Centro-Oeste (-6%) e Sul (-3%) registraram estabilidade.

Dos estados, 12 tiveram estabilidade. Dez e mais o Distrito Federal apresentaram aceleração e quatro tiveram queda.

Desde o início da pandemia, 226.383 pessoas morreram no Brasil devido à doença. Nas últimas 24 horas, houve 56.240 diagnósticos positivos para o novo coronavírus no país, elevando o total de infectados para 9.286.256.

O país superou hoje a marca dos 2,4 milhões de vacinados contra a doença. Até agora, 2.496.159 pessoas já foram imunizadas, de acordo com informações fornecidas pelas secretarias de saúde de 26 estados e do Distrito Federal.

Especialistas indicam cálculo de média móvel

Para medir a situação das mortes por causa da covid-19, especialistas indicam usar a média móvel dos óbitos, que calcula a média de registros observada nos últimos sete dias. A operação é a mais adequada para observar a tendência das estatísticas, por equilibrar as variações abruptas dos números ao longo da semana.

O consórcio de veículos de imprensa adotou esse período para verificar as oscilações na média móvel. É possível falar em queda nos números quando a diminuição é maior do que 15% se verificado nos últimos 14 dias —no caso, o período das duas últimas semanas. Caso os números aumentem mais do que 15%, há aceleração da epidemia. Valores intermediários indicam estabilidade.

Veja a situação por estado e no Distrito Federal:

Região Sudeste

  • Espírito Santo: estável (-2%)

  • Minas Gerais: estável (-4%)

  • Rio de Janeiro: estável (-2%)

  • São Paulo: estável (-3%)

Região Norte

  • Acre: aceleração (91%)

  • Amazonas: aceleração (37%)

  • Amapá: estável (-3%)

  • Pará: aceleração (45%)

  • Rondônia: aceleração (48%)

  • Roraima: aceleração (84%)

  • Tocantins: queda (-24%)

Região Nordeste

  • Alagoas: estável (2%)

  • Bahia: aceleração (20%)

  • Ceará: aceleração (133%)

  • Maranhão: aceleração (54%)

  • Paraíba: estável (-5%)

  • Pernambuco: estável (-6%)

  • Piauí: estável (2%)

  • Rio Grande do Norte: queda (-38%)

  • Sergipe: queda (-37%)

Região Centro-Oeste

  • Distrito Federal: aceleração (30%)

  • Goiás: aceleração (32%)

  • Mato Grosso: estável (7%)

  • Mato Grosso do Sul: estável (-14%)

Região Sul

  • Paraná: aceleração (103%)

  • Rio Grande do Sul: queda (-21%)

  • Santa Catarina: estável (-6%)

Dados da Saúde

O Ministério da Saúde informou hoje que o Brasil registrou 1.210 novas mortes provocadas pela covid-19 nas últimas 24 horas. O total de óbitos causados pela doença no país subiu para 226.309 desde o início da pandemia.

De ontem para hoje, foram confirmados 54.096 casos de covid-19 em todo o país. Desde o começo da pandemia, o total de infectados chegou a 9.283.418.

Segundo o governo federal, 8.160.929 pessoas se recuperaram da doença até o momento, com outras 896.180 em acompanhamento.

Doria: "Estado de São Paulo terá população vacinada até o fim do ano"

A população do estado de São Paulo "será vacinada até o fim do ano". A afirmação foi feita hoje pelo governador João Doria (PSDB) durante participação no UOL Entrevista, conduzido pelo colunista do UOL Kennedy Alencar.

"Até o final do ano, sim. Vamos seguir o plano nacional de imunização. E onde o plano nacional não atuar, o plano estadual vai", afirmou Doria. São Paulo está imunizando a população com doses da CoronaVac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac e produzida pelo Instituto Butantan, e também com a vacina de Oxford/AstraZeneca, em parceria com a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).

O governador citou como exemplo de funcionamento do plano estadual a vacinação dos quilombolas —o grupo fazia parte dos prioritários a serem vacinados contra a covid-19 no plano divulgado pelo estado em dezembro de 2020. Em janeiro, no entanto, eles não estavam mais na lista daqueles que seriam imunizados em São Paulo.

Doria atribuiu a exclusão a uma ação do Ministério da Saúde, que teria retirado os quilombolas da fase inicial do PNI (Plano Nacional de Imunização). Após reportagem do portal G1, o governador determinou a inclusão do grupo no plano estadual. "Por que a exclusão dos quilombolas? Só por que são negros, são pobres, não podem bajular o presidente Jair Bolsonaro?", disse hoje o governador paulista.

Veículos se unem pela informação

Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, G1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.

O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes de autoridades e do próprio presidente durante a pandemia colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.