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País vê média de mortes acima de mil há 32 dias, maior período da pandemia

UTI destinada a pacientes com Covid-19 no hospital Emílio Ribas, em São Paulo - Reinaldo Canato/UOL
UTI destinada a pacientes com Covid-19 no hospital Emílio Ribas, em São Paulo Imagem: Reinaldo Canato/UOL

Do UOL, em São Paulo

21/02/2021 19h04Atualizada em 21/02/2021 20h32

O Brasil completa hoje 32 dias consecutivos com média de mortes em decorrência da covid-19 acima de mil, o período mais longo de toda a pandemia. Com 554 novas confirmações nas últimas 24 horas, a média de óbitos nos últimos sete dias é de 1.038.

O levantamento é do consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte, baseado nos dados fornecidos pelas secretarias estaduais de saúde. Os números não indicam quando as mortes de fato ocorreram, mas, sim, quando passaram a contar dos balanços oficiais.

Até então, o período mais longo de média acima de mil era de 31 dias entre 3 de julho e 2 de agosto de 2020. Neste ano, o país não só superou um marco do auge da primeira onda da pandemia, como registrou, em 14 de fevereiro, a pior média diária de mortes em toda a pandemia: 1.105.

No total, 10.167.300 pessoas já foram infectadas pelo novo coronavírus em todo o país, dos quais 29.035 foram contabilizados nas últimas 24 horas. A soma total de mortos em decorrência de complicações da doença é de 246.560.

Os dados do consórcio de veículos de imprensa são levemente superiores aos divulgados no final da tarde pelo Ministério da Saúde. Nas contas do governo federal, foram confirmados 527 novos óbitos nas últimas 24 horas, totalizando 246.504 mortes.

Ainda segundo a pasta, foram confirmados 29.026 casos no período, com o país chegando a 10.168.174 infectados desde o começo da pandemia, em março do ano passado. Desses, 9.095.483 pessoas se recuperaram da doença, com outras 826.187 em acompanhamento.

Apenas Nordeste está em aceleração

Apesar do elevado número de óbitos confirmados diariamente no último mês, a situação do país é considerada estável, com variação de 2% em comparação à média de 14 dias atrás.

São quatro regiões estáveis: Sul (15%), Centro-Oeste (9%), Norte (-3%) e Sudeste (-7%). Apenas o Nordeste (26%) registra aceleração.

A média dos últimos sete dias é considerada pelos especialistas a melhor forma de observar o cenário da covid-19. Aos fins de semana e feriados, por exemplo, os números costumam cair por causa da menor disponibilidade de equipes de saúde para atualizar os dados. A média dos últimos sete dias é uma forma de atenuar essas distorções.

Para definir se o cenário é de aceleração, estabilidade ou queda, é calculada a variação no período de 14 dias.

Veja a situação por estado e no Distrito Federal:

Região Sudeste

  • Espírito Santo: estável (2%)

  • Minas Gerais: estável (-5%)

  • Rio de Janeiro: queda (-20%)

  • São Paulo: estável (-3%)

Região Norte

  • Acre: aceleração (100%)

  • Amazonas: queda (-30%)

  • Amapá: estável (-10%)

  • Pará: aceleração (66%)

  • Rondônia: aceleração (62%)

  • Roraima: aceleração (45%)

  • Tocantins: queda (-38%)

Região Nordeste

  • Alagoas: estável (6%)

  • Bahia: aceleração (67%)

  • Ceará: estável (1%)

  • Maranhão: estável (3%)

  • Paraíba: aceleração (25%)

  • Pernambuco: aceleração (27%)

  • Piauí: queda (-16%)

  • Rio Grande do Norte: aceleração (59%)

  • Sergipe: queda (-33%)

Região Centro-Oeste

  • Distrito Federal: estável (-1%)

  • Goiás: aceleração (44%)

  • Mato Grosso: estável (-11%)

  • Mato Grosso do Sul: queda (-30%)

Região Sul

  • Paraná: estável (4%)

  • Rio Grande do Sul: aceleração (24%)

  • Santa Catarina: aceleração (19%)

Veículos se unem pela informação

Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, G1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.

O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes de autoridades e do próprio presidente durante a pandemia colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.