Doria vê situação 'gravíssima' e promete anunciar medidas adicionais hoje
O governador de São Paulo João Doria (PSDB) anunciou hoje, pela manhã, que tomaria medidas adicionais para combater a pandemia de covid-19, classificando a situação no estado como "gravíssima". Mas, durante coletiva, no início da tarde, ele não anunciou mais restrições, como sugeriu —no lugar disso, falou sobre auxílio econômico a comerciantes e antecipou a vacinação de idosos de 72 a 74 anos.
Tenho reunião pela manhã e vai terminar às 11h. E às 11h30 teremos reunião preparatória da entrevista coletiva, onde anunciaremos quais serão as medidas adicionais. Estamos diante de um quadro gravíssimo em São Paulo e no Brasil. E São Paulo adotará novas medidas, a partir da decisão do Centro de Contingência. Não temos decisões políticas.
João Doria (PSDB), governador de São Paulo
O Centro de Contingência concluiu, em reunião do último domingo, que São Paulo poderia entrar em colapso total na quinta-feira, ficando sem leitos de UTI em todo estado.
Desde segunda-feira (15), o estado entrou na fase emergencial, mas o primeiro índice de isolamento não foi satisfatório: apenas 43% das pessoas ficaram em casa. O ideal é que essa taxa fique, pelo menos, acima de 50%.
Ontem São Paulo registrou 679 mortes em um dia —um recorde. O número de hospitalizados com covid-19 também reflete a escalada da pandemia: agora são 10,7 mil pacientes com o vírus internados em UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) e 14,2 mil em leitos de enfermaria — 24,9 mil no total, mais um recorde.
A taxa de ocupação dos leitos de UTI em todo o estado, segundo a Secretaria da Saúde de São Paulo, está em 90%. Na Grande São Paulo, a marca é levemente maior, de acordo com a pasta: 90,6%. Esses índices foram revelados ontem.
Desgaste
Os médicos do Centro de Contingência de São Paulo defendem medidas rígidas de controle de circulação das pessoas, para reduzir os números de casos, mortes e internações por causa da covid-19. Mas Doria tem evitado decretar lockdown e se prende ao Plano São Paulo, anunciado no ano passado, e que não tem sido respeitado em todos os municípios nos últimos meses.
Em outubro e novembro, especialistas chegaram a sugerir medidas mais restritas durante a campanha eleitoral. O governador, entretanto, esperou o segundo turno das eleições e apenas na segunda-feira seguinte anunciou uma atualização do plano. À época, ele foi criticado.
No fim de fevereiro, os médicos do Centro de Contingência chamaram a atenção para o avanço da pandemia e pediram anúncios mais drásticos, mas Doria não atendeu a demanda —o que gerou desgaste no grupo.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.