'Má gestão do Brasil no combate à covid-19 ameaça mundo', diz The Economist
Um artigo da revista britânica The Economist analisa a situação atual do Brasil quanto à covid-19 e coloca o país como uma ameaça ao mundo, principalmente, pela condução da pandemia feita pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A publicação, intitulada como 'Má gestão do Brasil no combate à covid-19 ameaça o mundo', lembra os desafios da crise sanitária que o Brasil enfrenta, mas ressalta que Bolsonaro em si tem sido "uma ameaça à saúde dos brasileiros".
"Suas ações são ruins para o Brasil — e para o mundo", afirma a revista na conclusão do artigo, que faz um panorama sobre o momento de avanço da covid-19 e a necessidade de adoção de medidas restritivas para evitar a propagação do coronavírus. O colapso na saúde pública, com a falta de atendimento adequado a pacientes, também é relatado.
"Enquanto o distanciamento social for necessário, o presidente continuará sendo uma ameaça à saúde dos brasileiros", define a The Economist, lembrando que a segunda onda da doença no país tem sido muito pior que a primeira.
A revista afirma que a conduta de Bolsonaro, crítico ferrenho do lockdown, tem atrapalhado a intenção de governadores e prefeitos de restringir a circulação de pessoas. O artigo também cita o risco de desabastecimento de medicamentos do kit intubação, necessário para que a ventilação mecânica seja usada em pacientes em estado grave.
"Mas a seriedade [do Brasil], assim como os sedativos musculares, é escassa", diz a revista, em referência a uma fala do diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde), Tedros Adhanom Ghebreyesus.
No início do mês, Tedros disse que, se o Brasil não fosse "sério", continuaria a afetar negativamente seus países vizinhos e o restante do mundo. Neste contexto, a The Economist lembra que Colômbia e Peru suspenderam voos com o Brasil ainda no início do ano, citando a nova variante P1, originária de Manaus, como motivo principal.
Bolsonaro e vacinas
A publicação britânica ainda faz referência ao pronunciamento feito por Bolsonaro na última terça-feira (23), mesmo dia em que o Brasil registrou o recorde de 3.158 mortes diárias segundo dados do consórcio de mídia do qual o UOL faz parte. O artigo afirma que o presidente tentou valorizar a vacinação contra a covid-19, algo que tinha menosprezado a importância no ano passado.
"Bolsonaro pregou curas charlatanistas, protestou contra lockdowns e tentou impedir a publicação de dados. Ele acaba de se despedir do terceiro ministro da Saúde (um general do Exército) desde o início da pandemia", diz o artigo. Nesta semana, o general Eduardo Pazuello deixou o cargo para a chegada do cardiologista Marcelo Queiroga.
"As vacinas não são para ele, afirmou Bolsonaro. Seu governo demorou a encomendá-las, embora fabricantes como Pfizer e Janssen tenham testado os imunizantes no Brasil", acrescentou o artigo.
Desde o ano passado, Pfizer e Janssen realmente já realizavam testes clínicos das suas vacinas no Brasil. No entanto, em agosto de 2020 o governo recusou uma proposta de 70 milhões de doses da Pfizer. A gestão de Bolsonaro só assinou um contrato por 100 milhões de doses do imunizante na semana passada, junto com mais 38 milhões de doses da vacina da Janssen.
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