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SP: Mortes em alta devem durar até meados de abril, diz Gabbardo

Coordenador-executivo do Centro de Contingência disse que situação de mais de mil mortes diárias deve durar por duas semanas ainda - Divulgação/Governo do Estado de São Paulo
Coordenador-executivo do Centro de Contingência disse que situação de mais de mil mortes diárias deve durar por duas semanas ainda Imagem: Divulgação/Governo do Estado de São Paulo

Lucas Borges Teixeira, Rafael Bragança e Rai Aquino

Do UOL e colaboração para o UOL, em São Paulo

31/03/2021 14h52

O estado de São Paulo ainda deverá apresentar um número elevado de mortes diárias pela covid-19 até meados de abril. Esta é a avaliação do coordenador-executivo do Centro de Contingência do Coronavírus, João Gabbardo, que diz que as medidas restritivas têm ajudado, mas levam tempo.

A previsão se dá em meio ao pior momento da pandemia no estado, um dia depois do recorde diário de mortes, com 1.209 óbitos confirmados em 24 horas, embora, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, novas internações já estejam apresentando desaceleração como resultado das fases vermelha e emergencial.

Deve ocorrer em uma semana, dez dias depois dessa redução [do ritmo de internações] que estamos prevendo para o dia 6. É possível que até a metade do mês de abril, tenhamos que conviver com um número elevado de óbitos, e a partir da metade do mês de abril tudo leva a crer que haverá uma redução.
João Gabbardo, coordenador-executivo do Centro de Contingência

De acordo com Gabbardo, o ritmo de novas internações vem caindo desde o último dia 19, e daqui a uma semana pode haver um "saldo negativo" da ocupação dos leitos, com mais leitos ficando vagos do que novas internações. As mortes, porém, devem demorar mais de duas semanas para caírem.

A ocupação dos leitos de UTI (unidade de terapia intensiva), se comparados os dados fornecidos ontem e hoje pela gestão do governador João Doria (PSDB), passou de 92,3% no estado para 92,2%. O mesmo dado na Grande São Paulo caiu de 92,6% para 91,8%.

A visão de Gabbardo é compartilhada por Paulo Menezes, coordenador do comitê de combate à pandemia formado por especialistas. Menezes lembrou que cerca de um terço dos pacientes que estão internados hoje em leitos de terapia intensiva deve acabar morrendo.

"Infelizmente, só vamos observar uma mudança mais para a frente, daqui a algumas semanas. Se hoje a gente tem quase 13 mil pacientes em UTI, sabemos que, infelizmente, uma parte, em torno de um terço deles, não deve sair com vida dessas UTIs", afirmou.

Nas próximas semanas devemos ainda ter esse cenário muito triste.
Paulo Menezes, coordenador do Centro de Contingência de São Paulo

Ritmo de internações em queda

Apesar de o número absoluto de pessoas internadas em UTIs ter quase dobrado em São Paulo em março, as novas internações apresentaram uma queda no ritmo nas últimas semanas. Segundo o Centro de Contingência, antes da fase vermelha do Plano São Paulo, no início de março, o crescimento diário de novas internações estava em 2,9% e, até a última sexta (26), havia caído para 2,2%.

De acordo com dados do governo paulista, nos sete dias que precederam a fase vermelha, implantada em 6 de março, houve um crescimento de 14% no total de internações. Nos últimos sete dias até ontem (30), houve um crescimento de 6,2%.