Com 92% de lotação, SP quase dobrou o número de internados em UTI em março
O estado de São Paulo quase dobrou o número de pacientes internados em UTIs (Unidades de Tratamento Intensivo) para a covid-19 em março. Segundo dados do governo, do último dia fevereiro até ontem (30) houve um aumento de 90% de pacientes de alta complexidade.
Com 92,2% de ocupação, o estado tem hoje quase 13.000 pacientes em UTIs-covid, um número superior ao total de vagas disponíveis no início do mês. Para tentar evitar o colapso total do estado, já registrado em algumas cidades e hospitais, o governo paulista tem aumentado leitos e estipulado medidas restritivas.
São Paulo fechou fevereiro com 6.772 internados em UTI. Um mês depois, em 30 de março (ontem), o número subiu para 12.843 leitos ocupados — um aumento de 90%. Os dados são do Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados), do governo paulista.
Esse é um número maior do que o total disponibilizado pelo estado à época. No início do mês, São Paulo tinha, ao todo, 9.283 leitos de UTI para covid. No período, as redes pública e privada aumentaram o número em 50%, atingindo 13.932 leitos.
Novas internações estão desacelerando
São Paulo vive o pior momento da pandemia, com recorde de mortes, escalonamento dos indicadores e a taxa de ocupação com recordes diários, mesmo com o aumento dos leitos. Unidades de saúde e hospitais da capital e do interior já narram cenas de colapso.
Por outro lado, as internações seguem aumentando no estado, mas em um ritmo menor. Segundo o Centro de Contingência do Coronavírus, antes da fase vermelha, no início de março, o crescimento diário de novas internações estava em 2,9% e, até a última sexta (26), havia caído para 2,2%.
"Não é uma mudança linear. Nos últimos dias, a gente tem observado aumento de internações que fica em 0,8% ou 1%", afirmou Paulo Menezes, coordenador do comitê, em coletiva na sexta. Segundo ele, a diminuição tem ligação direta com o implemento da fase emergencial do Plano SP em todo o estado.
De acordo com os dados do Seade, nos sete dias que precederam a fase vermelha geral, implantada em 6 de março, houve um crescimento de 14% no total de internações. Nos últimos sete dias até ontem (30), houve um crescimento de 6,2%.
"Já podemos ver sinais de que as medidas restritivas estão dando resultado", declarou Menezes. Para segurar ainda mais o aumento, o governo decidiu prorrogar por mais 12 dias a fase emergencial — originalmente programada para durar até a próxima terça (30) — até 11 de abril, um domingo.
É preciso diminuir a circulação, diz comitê
O entendimento do Centro de Contingência, acatado pelo governo, é que aumentar apenas o número de leitos seria "enxugar gelo": o que realmente funciona é diminuir a circulação do vírus. Por isso, o estado prorrogou a fase emergencial.
Nela, todos os serviços não essenciais estão fechados, restaurantes só podem fazer entregas por delivery ou drive-thru, todos os eventos religiosos e esportivos estão suspensos e há um toque restritivo de circulação a partir das 20h.
O que segura o vírus é a diminuição de circulação das pessoas. Quanto menos pessoas circularem, menor será a transmissão, [teremos] menos casos, e assim sucessivamente. Fornecer a estrutura é o que sustenta o sistema, mas, se as pessoas continuarem saindo, não vai resolver. Por isso falamos tanto no apoio da população.
Paulo Menezes, coordenador do Centro de Contingência
Algumas cidades têm adotado até medidas mais rígidas e visto os indicadores melhorarem. Araraquara, a 300 km de São Paulo, instituiu lockdown no início de março em meio ao colapso do sistema de saúde e viu a média diária de óbitos cair 37%. Na última sexta, não registrou nenhuma morte por covid em 24 horas.
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