Brasil supera 4.000 mortes por covid em 24h e dobra recorde diário em 1 mês
O Brasil bateu, mais uma vez, recorde no número de mortes pela covid-19. Nas últimas 24 horas, foram confirmados 4.211 óbitos em todo o país. É a primeira vez que o índice supera a casa de 4 mil. O levantamento é do consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte, com base nos dados fornecidos pelas secretarias estaduais de saúde.
Em um mês, o Brasil dobrou o número de mortes em um dia pela covid. No dia 6 de março, o recorde da pandemia era de 1.840 vidas perdidas por dia. Quatro dias depois, registrou mais de 2.000 óbitos nas últimas 24 horas. Após duas semanas, em 23 de março, o país superou a marca de 3.000 mortes no mesmo dia. Com a progressão, o número total de mortes da pandemia é de 337.364.
Nos últimos sete dias, morreram, em média, 2.775 pessoas em decorrência da doença no país. Este é o 75º dia em que a média fica acima de mil.
O levantamento de dados mostra o avanço da covid no Brasil. Em março, o país teve o mês mais letal da pandemia, com mais de 66 mil pessoas mortas. Para abril, entretanto, a previsão é de que o Brasil tenha 100 mil mortes pela covid-19, apontam projeções são da Universidade de Washington.
De ontem para hoje, foram registrados 82.869 novos casos de covid-19, chegando a um total de 13.106.058 pessoas já infectadas. Os dados não representam quando os óbitos e diagnósticos de fato ocorreram, mas, sim, quando passaram a constar das bases oficiais dos governos.
Já de acordo com os dados do governo federal, foram reportados 4.195 óbitos causados pela doença entre ontem e hoje. Até então, pelos números do ministério, o recorde anterior havia sido computado em 31 de março, com 3.869 mortes. Desde o início da pandemia, o total de mortos em todo o país subiu para 336.947.
Pelos dados da pasta, houve 86.979 diagnósticos positivos para o novo coronavírus nas últimas 24 horas, elevando para 13.100.580 o total de infectados no país desde março de 2020. Desse total, 11.558.784 pessoas se recuperaram da doença até o momento, com outras 1.204.849 em acompanhamento.
A pandemia nos estados
Três regiões do país apresentam números em estabilidade: Norte (-1%), Nordeste (11%) e Sul (-11%). Centro-Oeste (30%) e Sudeste (52%) estão em aceleração. No geral, o Brasil apresenta aceleração de 22% na variação de 14 dias.
São 13 estados e o DF com alta nos registros, enquanto oito apresentam estabilidade e outros cinco estão em queda.
O elevado número de novos óbitos foi puxado principalmente pelo estado de São Paulo, que bateu hoje um novo recorde de mortes por covid-19 ao registrar 1.389 óbitos em 24 horas.
Paulo Menezes, coordenador do centro de contingência de São Paulo, disse hoje que o novo recorde já era esperado devido às subnotificações de óbitos que acontecem aos finais de semana e feriados e também pelo número de internações em UTI (Unidade de Terapia Intensiva).
"A situação é muito difícil, dramática e triste", afirmou em entrevista à CNN Brasil. De acordo com Menezes, o número de internações em UTI vem se estabilizando no estado, apesar de continuar em um nível "altíssimo" — na segunda (5), 12.963 pessoas se encontravam em quadro grave e passavam por tratamento intensivo.
Por isso, segundo o coordenador, é possível que a fase emergencial seja prorrogada no estado. Na capital paulista, o prefeito Bruno Covas (PSDB) decidiu antecipar para a semana passada cinco feriados municipais, em uma tentativa de conter o agravamento da pandemia.
A antecipação dos feriados, no entanto, não foi suficiente para aumentar os índices de isolamento social na cidade e no estado de São Paulo.
Já no Rio Grande do Sul, foram registradas 418 mortes pela covid-19 nas últimas 24 horas. O estado, que nas últimas semanas passou por uma situação de altíssima pressão sobre o sistema hospitalar, tem visto agora uma redução na ocupação de leitos de UTI.
Mesmo assim, pelo menos 4 das 21 "regiões covid" que compõem o estado estão hoje com a capacidade de UTI esgotada. São elas: Passo Fundo, Lajeado, Uruguaiana e Cachoeira do Sul.
No Rio de Janeiro, onde foram contabilizados 347 óbitos pela doença nas últimas 24 horas, a taxa de ocupação de UTIs também preocupa. Em 5 das 9 regiões do estado, a ocupação nas UTIs para pacientes com covid-19 está acima de 90%.
Do dia 26 de março a 4 de abril, o estado teve um recesso de 10 dias com a antecipação de feriados. O objetivo era reduzir a circulação das pessoas e a pressão sobre o sistema de saúde com o aumento de casos de covid-19.
Mas, mesmo antes do fim do recesso antecipado, pelo menos 4 cidades do estado começaram a flexibilizar as medidas de restrição: a capital, Niterói, Nova Iguaçu e Japeri.
Dez estados reportaram mais de cem mortes por covid-19 nas últimas 24 horas. Nestes locais, o total de vítimas soma 3.505:
- São Paulo - 1.389
- Rio Grande do Sul - 418
- Goiás - 366
- Rio de Janeiro - 347
- Paraná - 280
- Santa Catarina - 224
- Ceará - 142
- Bahia - 122
- Espírito Santo - 110
- Mato Grosso - 107
Veja a situação por estado e no Distrito Federal:
Região Sudeste
- Espírito Santo: aceleração (51%)
- Minas Gerais: aceleração (28%)
- Rio de Janeiro: aceleração (104%)
- São Paulo: aceleração (50%)
Região Norte
- Acre: queda (-20%)
- Amazonas: queda (-26%)
- Amapá: aceleração (29%)
- Pará: aceleração (20%)
- Rondônia: estabilidade (-9%)
- Roraima: queda (-24%)
- Tocantins: estabilidade (1%)
Região Nordeste
- Alagoas: estabilidade (8%)
- Bahia: queda (-17%)
- Ceará: aceleração (36%)
- Maranhão: aceleração (26%)
- Paraíba: aceleração (20%)
- Pernambuco: aceleração (22%)
- Piauí: aceleração (20%)
- Rio Grande do Norte: estabilidade (5%)
- Sergipe: estabilidade (2%)
Região Centro-Oeste
- Distrito Federal: aceleração (55%)
- Goiás: estabilidade (7%)
- Mato Grosso: aceleração (26%)
- Mato Grosso do Sul: aceleração (70%)
Região Sul
- Paraná: estabilidade (-7%)
- Rio Grande do Sul: queda (-18%)
- Santa Catarina: estabilidade (-1%)
Veículos se unem pela informação
Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, G1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.
O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes de autoridades e do próprio presidente durante a pandemia colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.