Anvisa aprova novas condições de conservação da vacina da Pfizer
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou novas condições de armazenamento e conservação para a vacina contra o coronavírus ComiRNAty, produzida pela Pfizer/BioNTech. A nova bula amplia o tempo que a vacina pode ser reservada, entre 2 a 8 graus Celsius, para até 31 dias em refrigeradores comuns. Anteriormente, o imunizante poderia estar armazenado, sob a mesma temperatura, por cinco dias no máximo.
O pedido para a mudança do texto da bula foi feito pela empresa, que é responsável pela produção do imunizante, na última sexta-feira (21). Segundo a Agência, a análise foi realizada pelo corpo técnico ao longo desta semana que "avaliou os estudos de estabilidade apresentados pelo laboratório" na solicitação.
Os estudos de estabilidade ajudam a definir o tempo e as condições que as vacinas podem ser armazenadas de modo que mantenham as suas características sem qualquer modificação em sua funcionalidade.
Em comunicado obtido pelo UOL, a Pfizer explicou que "a mesma autorização já havia sido concedida nos Estados Unidos pela agência regulatória americana FDA (Food and Drug Administration) e também pela agência Europeia, EMA". O imunizante da Pfizer tem a validade de até seis meses quando for armazenado a temperatura de -75ºC, e prazo de duas semanas a -20ºC.
O laboratório considera que esta nova aprovação da Anvisa "vai contribuir para a expansão do número de municípios no Brasil com capacidade logística de receber a vacina, contribuindo com a aceleração da vacinação em todo o país".
Márjori Dulcine, diretora médica da Pfizer Brasil, comemorou a decisão da agência reguladora. "A mais recente autorização da Anvisa abre portas para ampliar a imunização contra a covid-19 com a vacina Pfizer/BioNTech. É muito gratificante saber que os mais de 5.500 municípios brasileiros terão a possibilidade de receber a nossa vacina", declarou
Atraso na negociação
Anteontem, chegou ao Brasil o lote mais recente da vacina da Pfizer, com o total de 629.460 doses. Os imunizantes chegaram num voo que aterrissou por volta das 19h (horário de Brasília) no aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP). Ontem, o Ministério da Saúde anunciou a provável chegada de mais 2,3 milhões de doses da vacina contra a covid-19 da Pfizer/BioNTech ao país na semana que vem. A nova entrega de imunizantes da farmacêutica norte-americana será a sexta realizada desde o final de abril.
A vacina da Pfizer recebeu um aval para aplicação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em 23 de fevereiro, mas a sua disponibilização no Brasil ocorreu de forma tardia diante da demora do governo federal para fechar um acordo com a farmacêutica.
Em depoimento à CPI da Covid, na semana passada, o CEO da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, revelou que o laboratório teve três cartas com ofertas de vacinas ignoradas pela gestão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em agosto do ano passado. Depois, a empresa ainda procurou o governo brasileiro em setembro, em novembro e em fevereiro deste ano.
As doses foram negociadas por dezenas de países ainda em 2020, mas o governo brasileiro aceitou a oferta da Pfizer só em março de 2021.
Também à CPI da Covid no Senado, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello justificou o atraso das negociações com a Pfizer alegando que as cláusulas do contrato discutido à época eram "assustadoras".
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