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SP mantém obrigatoriedade do uso de máscaras, e capital cancela Réveillon

Henrique Sales Barros, Nathan Lopes e Thaís Augusto

Do UOL, em São Paulo

02/12/2021 09h35Atualizada em 02/12/2021 15h56

A Prefeitura de São Paulo decidiu cancelar a festa de Réveillon 2022, além de manter o uso obrigatório de máscaras em ambientes abertos na capital. O estado de SP confirmou ontem o terceiro caso da variante ômicron da covid-19 no Brasil.

O anúncio da prefeitura ocorreu na manhã de hoje, quando o governo de São Paulo também afirmou que manterá a obrigatoriedade do uso de máscaras em áreas ao ar livre em todo o estado, temendo o impacto da ômicron nas festas de Natal e Ano Novo.

A decisão do estado de SP é um recuo em relação ao anúncio feito em 24 de novembro, quando o governo estadual afirmou que o uso de máscara deixaria de ser obrigatório em espaços abertos a partir de 11 de dezembro.

Falando sobre a medida municipal ao UOL, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), disse que "o estudo da vigilância sanitária, que estava previsto para dia 5, foi concluído antes e indica a necessidade de continuidade de uso da máscara".

"A nova variante requer monitoramento para identificar como irá se comportar", disse ele.

Em entrevista a jornalistas nesta manhã na capital, o secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido, disse que apesar de os indicadores estarem sob controle na capital, o surgimento da variante "impõe essa necessidade".

Ele lembrou que, com as máscaras, foi possível reduzir os índices de transmissibilidade do vírus. "E, agora, da mesma maneira", completou.

Segundo Aparecido, ainda há poucos dados sobre a variante. "Precisaríamos de mais dez ou 15 dias para ter um quadro mais preciso da sua incidência", pontuou.

Nunes está em Nova York, nos Estados Unidos, com o governador João Doria (PSDB-SP), para inaugurar um escritório comercial da InvestSP, agência de promoção de investimentos do governo estadual.

Festas canceladas

Ontem, Doria afirmou ser contra a realização de festas de fim de ano. "Não é hora de fazer festa de Réveillon. Os prefeitos podem tomar medidas mais duras que as do estado, mas não mais facilitadoras", declarou.

Ao menos 16 capitais no Brasil já desistiram de eventos públicos no fim do ano. A variante ômicron é considerada "de preocupação" pela OMS (Organização Mundial de Saúde) pelo potencial de transmissibilidade.

Até agora, porém, não há estudos que sustentem que ela tenha causado casos graves de infecção.

A festa de Réveillon na avenida Paulista já estava sendo organizada pela prefeitura da capital, mas o evento estava "condicionado ao quadro epidemiológico relativo à pandemia de covid-19 e entendimento das autoridades de saúde pública e sanitárias".

Falando ao UOL News, programa do Canal UOL, o prefeito Ricardo Nunes explicou que o cancelamento do Réveillon é preventivo. "Ainda está em análise essa nova variante, ainda não temos informações sobre o que ela pode causar", disse.

Segundo ele, não havia tempo hábil para a conclusão de estudos sobre os impactos da variante e a realização do Réveillon.

Ainda assim, Nunes ressaltou que "seria prematuro" fazer algum anúncio sobre o Carnaval, previsto para daqui três meses, e que, por ora, a festividade segue mantida. "Não se sabe ainda qual será a repercussão dessa nova variante", pontuou.

Na semana passada, o secretário estadual de Saúde, Jean Gorinchteyn, afirmou que o estado tende a não apoiar a realização de festas de Réveillon, mas ressaltou que o Carnaval pode acontecer se os indicadores da pandemia estiverem controlados.

Necessidade de vacinação

Cerca de 4,3 milhões de pessoas não voltaram para tomar a segunda dose do imunizante contra covid-19 no estado de São Paulo.

A vacinação em massa continua sendo a medida mais eficaz contra a covid-19, protegendo, especialmente, contra a evolução da doença para quadros graves, como internação e morte pelo vírus.

Segundo Gorinchteyn, a faixa etária de 12 a 29 anos é a que menos retornou aos postos de saúde para completar a imunização.

"Nós temos que entender que o Réveillon já está nas nossas portas e que nós precisamos vacinar. Estamos vacinando muito, mas precisamos vacinar mais", declarou.

"Temos 4,3 milhões de pessoas ainda faltosas (para completar a imunização), especialmente no público da faixa de 12 a 29 anos, que é exatamente o público que sai, que vai para as festas, vai para a balada e faz circular os vírus", pontuou.