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Ômicron: 20 capitais pelo Brasil cancelaram festas de Réveillon; veja lista

Festa de 2020 em Fortaleza reuniu 1,2 milhão de pessoas na praia de Iracema  - Prefeitura de Fortaleza
Festa de 2020 em Fortaleza reuniu 1,2 milhão de pessoas na praia de Iracema Imagem: Prefeitura de Fortaleza

Carlos Madeiro

Colaboração para o UOL, em Maceió

30/11/2021 12h16Atualizada em 04/12/2021 22h51

Vinte capitais e o Distrito Federal anunciaram que cancelaram festas de Réveillon neste ano por temor de um avanço da covid-19 com a chegada da variante ômicron. Os eventos privados, porém, estão mantidos.

Por enquanto, São Paulo, Rio de Janeiro, Natal, Recife, Fortaleza, Salvador, São Luís, Teresina, Aracaju, João Pessoa, Cuiabá, Campo Grande, Belém, Palmas, Vitória, Porto Alegre, Macapá, Maceió Manaus e Florianópolis cancelaram as festas da virada para evitar aglomerações. O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), também decidiu por não fazer nenhum evento em Brasília.

Já Belo Horizonte e Goiânia informaram que já não havia previsão de festas oficiais para este ano, assim como Curitiba. Assim, ao todo 23 capitais, entre cancelamentos e decisão prévia, já confirmaram que não terão festas de Réveillon neste ano.

Com a chegada da ômicron, Fortaleza foi a primeira a fazer o anúncio, no sábado. O prefeito Sarto (PDT) justificou nas redes sociais que "a vacinação contra a covid-19 vai bem e os números de internações e óbitos seguem estáveis em níveis baixos", mas não é hora de afrouxar as medidas.

"Até chegamos a considerar a possibilidade de realizar nossa tradicional festa da virada, se a situação permitisse. Mas não podemos relaxar, sob pena de colocarmos todo trabalho feito até aqui a perder. O cenário internacional é preocupante. E estamos em alerta", afirmou.

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Na segunda-feira, foi a vez de Salvador anunciar que também estava deixando para trás a ideia de fazer uma festa para a virada de ano, alegando os mesmos riscos.

"Diante da chegada de uma nova variante do coronavírus e do aumento de casos na Europa, estou tomando a decisão de cancelar o Virada Salvador deste ano. Sei da importância do evento para a economia da nossa cidade, mas seguimos colocando a vida das pessoas em primeiro lugar", escreveu no Twitter o prefeito Bruno Reis (DEM).

O Festival Virada Salvador 2022 está oficialmente cancelado. A Prefeitura segue avaliando o cenário da pandemia no Brasil e no mundo para tomar as decisões necessárias para o enfrentamento da pandemia em Salvador. pic.twitter.com/ZUP3NY5wop

-- PrefSalvador (@PrefSalvador) November 29, 2021


Recife confirmou hoje que não vai realizar shows e terá apenas queima de fogos sem estampido em quatro balsas na orla de Boa Viagem, além de espetáculos no Ibura, Lagoa do Araçá, Jardim São Paulo e Morro da Conceição.

"Vamos ter queima tradicional de fogos na orla de Boa Viagem, mas sem promoção de shows, que promovem grandes aglomerações, chegando a registrar mais de 1 milhão de pessoas na orla", disse o prefeito João Campos (PSB).

O Recife não fará os shows de Réveillon da cidade. Mas não desanima, tá? O sentimento de virada, de que dias melhores virão, será garantido com queima de fogos , sem estampido (alô, e ) na orla de Boa Viagem, Ibura, Lagoa do Araçá, Jardim São Paulo e Morro da Conceição.

-- Prefeitura do Recife (@prefrecife) November 30, 2021


Além das três maiores capitais do Nordeste, Aracaju, Natal, João Pessoa, Teresina e São Luís também já anunciaram que não vão ter festas de virada neste ano após a descoberta da ômicron. "Precisamos de cautela", disse Edvaldo Nogueira, prefeito de Aracaju e presidente da FNP (Frente Nacional de Prefeitos).

Em Belém, o prefeito Edmilson Rodrigues já decidiu por cancelar Réveillon e Carnaval, incluindo "desfiles das escolas, blocos de ruas e demais manifestações culturais de rua".

Uma decisão difícil, mas necessária. Pensando na segurança e saúde de todos nós, a tradicional festa de Réveillon nas areias da Praia de Tambaú não será realizada este ano. Sigamos firmes na fé, acreditando que no próximo ano, teremos uma linda celebração.

-- Cícero Lucena (@cicerolucena) November 29, 2021

Temos enfrentado a pandemia com determinação. Com isso, diante do surgimento da nova variante do coronavírus, tomei a decisão de não realizarmos o Réveillon em São Luís. O momento nos pede prudência e responsabilidade. A nossa principal missão é cuidar das pessoas.

-- Eduardo Braide (@EduardoBraide) November 29, 2021


Ainda no Nordeste, Maceió foi a última a cancelar as festividades.

Fora do Nordeste, a Prefeitura de Florianópolis e Porto Alegre, no Sul, também anunciou cancelamento da festa. Florianópolis diz que fará apenas o show pirotécnico.

Em São Paulo, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) , anunciou nesta quinta-feira que a tradicional festa da avenida Paulista está cancelada mais uma vez.

Um dia antes, o governador João Dória (PSDB) tinha dito que era contra a realização de festas. "Vamos no caminho da cautela e do zelo para proteger vida, não é hora de fazer festa de Réveillon. Os prefeitos podem tomar medidas mais duras que as do estado, mas não mais facilitadoras", afirmou.

No Rio, a prefeitura de Eduardo Paes (PSD) disse que queria fazer a festa, mas como o estado foi contra, o evento foi cancelado.

"Respeitamos a ciência. Como são opiniões divergentes entre comitês científicos, vamos sempre ficar com a mais restritiva. O Comitê da prefeitura diz que pode. O do Estado diz que não. Então não pode. Vamos cancelar dessa forma a celebração oficial do réveillon do Rio", escreveu.

O Centro-Oeste. Campo Grande e Cuiabá decidiram cancelar Réveillon e Carnaval 2022. Campo Grande nem fogos terá este ano.

No Norte, Palmas e Belém anunciaram que também não irão fazer qualquer tipo de festa.

A @cidadepalmas confirmou hoje, que não haverá programação do réveillon 2022. Por causa da pandemia do coronavírus, o tradicional evento de virada de ano com direito a shows e queima de fogos de artifício não será realizado pelo segundo ano consecutivo. https://t.co/uCQWHgoCuL pic.twitter.com/tJE8vcYgHU

-- Sou de Palmas (@SouDePMW) November 29, 2021

'Segurança nenhuma', diz epidemiologista

Com o avanço da vacinação, as festas de Réveillon eram negociadas desde o meio do ano pelas principais cidades do Nordeste, que pretendiam aproveitar a retomada do turismo, celebrar a virada e incentivar a economia.

Mas, com países da Europa vivendo uma quarta onda da doença, as prefeituras começaram a repensar o assunto. O surgimento da variante ômicron foi a gota d'água para que as festas fossem definitivamente abortadas.

"A rigor, não temos segurança nenhuma para a realização dessas festas agora em dezembro", diz a epidemiologista Glória Teixeira, do Instituto de Saúde Coletiva da UFBA (Universidade Federal da Bahia) e participante da Rede do Covida.