Taxa de positividade para covid-19 triplica em um mês, dizem laboratórios
A taxa de testes positivos para covid-19 em laboratórios particulares triplicou em um mês, aponta pesquisa da Abramed (Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica), instituição que representa 65% dos laboratórios de diagnóstico do país. O estudo foi obtido com exclusividade pelo UOL.
O aumento dos testes positivos em laboratório ocorre há mais de um mês. Passou de 7%, na semana entre 3 e 9 de abril, para 29%, na semana terminada em 21 de maio. Em um mês, a taxa praticamente triplicou, já que marcava 10% de positividade na semana que acabou em 23 de abril.
"Ao que tudo indica, os exames estão sendo feitos de maneira mais assertiva", afirma Milva Pagano, diretora-executiva da Abramed. "Estão testando apenas pessoas realmente com sintomas."
Os resultados disponíveis em testagem de farmácia também indicam recrudescimento da pandemia. Apenas nos 15 primeiros dias de maio, os 49,3 mil resultados positivos para covid em testes de farmácia já superaram os 32 mil registrados em todo o mês de abril.
"O índice de positivados [nos testes de farmácia] saltou 54%", diz Sérgio Mena Barreto, CEO da Abrafarma (Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias). "É um forte indício da resiliência do coronavírus, que já apresentava crescimento desde a segunda quinzena de abril."
Hoje, boletim da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) "sinaliza continuidade da tendência de aumento dos casos de covid-19 em todas as regiões do país" para o período entre 15 e 21 de maio.
Cerca de 48% das ocorrências de Síndrome Respiratório Aguda Grave (SRAG) registradas nas últimas quatro semanas são em função da covid-19. Em relação aos óbitos por SRAG, 84% das notificações foram relacionadas ao SARS-CoV-2."
Fiocruz, em boletim
Mortes de covid
Após dois dias, a média móvel de mortes por covid no Brasil voltou a ficar acima de 100. Ontem, chegou a 105, mas em tendência de estabilidade.
Foram 157 mortes no Brasil em 24 horas, segundo dados divulgados ontem pelo consórcio de veículos de imprensa —do qual o UOL faz parte—, que monitora a pandemia. O país passou a marca de 666 mil vidas perdidas em decorrência da doença, chegando a um acumulado de 666.112.
Professora de medicina, a infectologista Joana D'arc Gonçalves lembra que a maioria das restrições sanitárias caiu no Brasil por decisão de estados e municípios, com abandono das máscaras em todo o país.
"Além disso, a transmissão de doenças respiratórias é mais alta no frio, porque as pessoas ficam mais próximas", diz a médica. "E tivemos o Carnaval recentemente, com muita gente aglomerada. Tudo isso traz consequências."
A especialista diz não acreditar no retorno das restrições sanitárias, mas espera que o poder público organize campanhas educativas em períodos sazonais, como em tempos de frio.
"O que temos em mãos é a vacina. É preciso focar nos mais vulneráveis", afirma a infectologista ao prever convivência longa entre humanos e a SARS-CoV-2.
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