Assad acena com possibilidade de Síria ter novo governo e constituição
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Reprodução/AFP
Presidente da Síria, Bashar al-Assad, discursou neste domingo (6) após meses sem falar em público
O presidente sírio, Bashar Assad, acenou neste domingo (6) com a possibilidade de a Síria ter um novo governo e constituição. A condição para isso, segundo Assad, seria que os países vizinhos e as nações ocidentais parassem de financiar e armar rebeldes na Síria.
Assad anunciou o que ele descreveu como um plano de paz, chamando para uma conferência de reconciliação com "aqueles que não traíram a Síria", que será seguido pela formação de um novo governo e uma anistia.
A crise na Síria em fotos
"O primeiro estágio de uma solução política exigiria que as potências regionais parem de financiar e armar (a oposição), o fim das operações terroristas e o controle das fronteiras", disse ele em um discurso em Damasco, o primeiro em meses.
"Nós não vamos ter um diálogo com um fantoche feito pelo Ocidente", disse ele.
Sem sócios
O presidente sírio afirmou neste domingo que seu governo não encontrou sócios para uma solução política ao conflito que atinge o país há 21 meses e disse que, se houver uma transição, ela deverá ocorrer de acordo com a Constituição.
"O fato de não termos encontrado um sócio não significa que não estejamos interessados em uma solução política, e sim que não encontramos um sócio", afirmou o presidente.
Assad pediu em seu discurso um "diálogo nacional" quando terminarem as operações militares e pediu que todos os sírios se unam para defender a nação.
O regime de Damasco equipara os rebeldes e opositores a terroristas armados e financiados pelo exterior e denuncia uma conspiração contra a Síria.
O presidente, que chegou sob os aplausos de centenas de pessoas que gritavam "Por nossa alma e por nosso sangue, nós nos sacrificaremos por ti!", também garantiu que, se houver uma transição, ela deve ser realizada "em conformidade com os termos da Constituição", em referência a eleições.
Ataque aos inimigos
Assad afirmou ainda que o mortífero conflito que já deixou milhares de mortos na Síria não é entre seu regime e a oposição. Segundo ele, o problema é "entre a Síria e seus inimigos, o povo e seus assassinos", que, segundo ele, querem a divisão do país, em um discurso transmitido pela rede de televisão oficial.
O presidente fez estas declarações tendo como cenário a Casa de Cultura e das Artes, no centro de Damasco, onde chegou sob os aplausos de centenas de pessoas que gritavam "Por nossa alma e por nosso sangue, nós nos sacrificaremos por ti!".
Atrás do presidente havia uma enorme bandeira síria composta por vários rostos.
Desde a explosão, em março de 2011, de uma revolta popular contra o poder que depois se transformou em guerra civil, o regime de Damasco equipara os rebeldes e opositores a terroristas armados e financiados pelo exterior, e denuncia uma conspiração contra a Síria.
O presidente sírio falou pela última vez em público no dia 3 de junho, quando se dirigiu ao Parlamento em Damasco. Em novembro, concedeu uma entrevista a uma rede de televisão russa na qual rejeitou a ideia do exílio, afirmando que viveria e morreria na Síria. (com agências internacionais)
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