Coreia do Norte anuncia 'estado de guerra' com Sul
-
KCNA/Reuters
O líder norte-coreano Kim Jong-un presidiu reunião de emergência em Pyongyang, na Coreia do Norte, na qual decidiu apontar mísseis para os EUA
A Coreia do Norte anunciou nesta sexta-feira (29, quando já era sábado no horário local) o "estado de guerra" com a Coreia do Sul e que negociará qualquer questão entre os dois países sobre esta base.
"A partir de agora, as relações intercoreanas estão em estado de guerra e todas as questões entre as duas Coreias serão tratadas sob o protocolo de guerra", declara um comunicado atribuído a todos os órgãos do governo norte-coreano.
"A situação que prevaleceu por longo tempo na qual a península coreana não estava nem em guerra nem em paz acabou", destaca o comunicado divulgado pela agência oficial de notícias norte-coreana KCNA.
O comunicado adverte que qualquer provocação militar próxima às fronteiras terrestres ou marítimas entre o Norte e o Sul levará a "um conflito em grande escala e a uma guerra nuclear".
As duas Coreias estão tecnicamente em guerra desde o conflito de 1950-53, que terminou com um armistício e não com um tratado de paz.
O Norte já havia anunciado o fim do armistício e de outros tratados bilaterais de paz firmados com Seul para protestar contra as manobras militares conjuntas de Estados Unidos e Coreia do Sul.
O anúncio do "estado de guerra" ocorre um dia após o líder norte-coreano, Kim Jong-un, ordenar o início dos preparativos para atacar com mísseis o território dos Estados Unidos e suas bases no Pacífico e na Coreia do Sul.
A ordem foi emitida durante uma reunião de emergência com o Estado-Maior norte-coreano e é uma resposta direta às manobras conjuntas dos Estados Unidos e da Coreia do Sul na península com bombardeiros invisíveis americanos B-2, capazes de transportar armas nucleares.
Em caso de provocação imprudente dos Estados Unidos, as forças norte-coreanas "deverão atacar sem piedade o (território) continental americano (...), as bases militares do Pacífico, incluindo Havaí e Guam, e as que se encontram na Coreia do Sul", declarou Kim, citado pela agência oficial.
Na quinta-feira, em um contexto de escalada de tensões entre as duas Coreias, dois bombardeiros invisíveis B-2 sobrevoaram a Coreia do Sul, uma maneira de os Estados Unidos ressaltarem sua aliança militar com Seul em caso de agressão do Norte.
Receba notícias do UOL. É grátis!
Veja também
- Líder da Coreia do Norte ordena produção em massa de drones suicidas, diz KCNA
- Putin assina acordo de defesa mútua com a Coreia do Norte
- Zelensky pede ajuda de aliados após Coreia do Norte enviar tropa à Rússia
- Kremlin se recusa a responder se Rússia ajuda Coreia do Norte com tecnologia para mísseis