Onda de calor mata 1.700 pessoas na Índia; hospitais seguem lotados
Os hospitais da Índia registravam nesta quinta-feira (28) um número recorde de pacientes vítimas da onda de calor que já fez mais de 1.700 mortos em pouco mais de duas semanas. Este é o maior número registrado nas últimas décadas.
Centenas de pessoas, principalmente entre os mais pobres, morrem durante o verão na Índia, mas 2015 já superou os números de 1995, quando 1.677 pessoas sucumbiram ao forte calor.
O sul do país é a zona mais afetada e a que registra o maior número de vítimas, sobretudo, entre os operários, os sem-teto e os idosos.
Em Andhra Pradesh, o Estado mais afetado, 1.334 pessoas morreram desde 18 de maio, o dobro do registrado no verão do ano passado. As autoridades instalaram vários pontos de abastecimento de água.
Os médicos desta região declararam que nunca viram tantos casos graves como neste ano.
"Nossos serviços estão completamente lotados", declarou o médico JV Subbarao, do Instituto Rajvi Gandhi para Ciências Médicas, em Andhra Pradesh.
"Sou médico neste distrito há 40 anos e nunca tinha visto nada parecido, com tanta gente chegando e tantos mortos", ressaltou.
Os mais pobres e os idosos, menos informados sobre os efeitos da insolação, são as principais vítimas, acrescentou Subbarao.
De acordo com especialistas, o número de mortos provavelmente é ainda maior.
No vizinho Estado de Telangana, onde as temperaturas chegaram a 48°C no fim de semana, 340 pessoas morreram nos últimos dias, contra 31 no ano passado.
Na capital, Nova Déli, com temperaturas de até 45°C, os hospitais seguem lotados.
Para o Centro para a Ciência e o Meio Ambiente (CSE), uma organização de pesquisa, o súbito aumento das temperaturas poderia explicar, em parte, este alto número de óbitos.
"Isso pode ser devido à mudança brusca de temperatura, depois dos meses úmidos de fevereiro e março", afirmou Arjuna Srinidhi, chefe do Programa de Mudanças Climáticas do CSE.
Os hospitais permanecem em alerta para tratar as vítimas da onda de calor nos estados mais afetados. As autoridades aconselharam que as pessoas não saiam às ruas e permaneçam hidratadas.
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