Libertados mais de 100 manifestantes detidos em novo dia de repressão na Nicarágua
Mais de 100 opositores foram libertados neste sábado na Nicarágua, após serem reprimidos com violência quando pretendiam protestar contra o governo.
Entre os opositores estão dois delegados da Aliança Cívica pela Justiça e a Democracia (ACJD) no diálogo aberto no fim de fevereiro com o governo para buscar uma saída para a crise no país.
"A Nicarágua pede liberdade, justiça, eleições antecipadas, poder marchar sem repressão", declarou, ao deixar a prisão, a advogada Azáhalea Solís, delegada da ACJD.
Os detidos deixaram a prisão em dois ônibus, agitando bandeiras da Nicarágua pela janela, enquanto gritavam "Não temos medo!", segundo imagens do independente canal 10.
No trajeto até a sede da Federação de Associações Criadoras de Gado da Nicarágua (Faganic), onde os ex-detidos foram entregues a suas famílias, várias pessoas saíram às ruas para saudar a passagem dos ônibus agitando a bandeira nacional, convertida em símbolo de protesto contra o governo Ortega, acusado pela oposição de instaurar uma ditadura.
O líder estudantil Max Jerez, membro da ACJD, denunciou que os detidos foram "brutalmente agredidos".
O líder empresarial e membro da ACJD José Aguerri citou uma lista de 160 prisões apenas neste sábado, enquanto a Polícia Nacional divulgou em comunicado que prendeu 107 pessoas por tentativa de se manifestar contra o governo.
A libertação aconteceu com a mediação do núncio apostólico Waldemar Stanislaw Sommertag, que acompanha o diálogo entre o governo e a oposição, indicou a polícia.
A passeata havia sido convocada pela coalizão opositora Unidade Nacional Azul e Branco (Unab), para pedir a libertação de pessoas presas por participarem dos protestos contra o governo Ortega no ano passado. A manifestação de ontem acabou não acontecendo, por causa da repressão e das prisões que ocorreram em diferentes pontos da capital. A polícia também atacou jornalistas, entre eles da AFP.
A repressão foi condenada imediatamente pela comunidade internacional, no momento em que a Europa estuda a aplicação de sanções contra o governo Ortega e a OEA avalia implementar a Carta Democrática, o que poderia provocar a expulsão do país do órgão.
O Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos publicou no Twitter que é "inaceitável a repressão da polícia contra cidadãos que tentam protestar pacificamente em Manágua e outras cidades do país", e pediu ao governo que interrompa imediatamente as agressões.
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