Desmatamento da Amazônia aumenta 55% em relação a 2019 e bate recorde
O desmatamento na Amazônia brasileira atingiu um novo recorde nos primeiros quatro meses do ano, de acordo com dados oficiais divulgados hoje, que revelam uma tendência preocupante após os incêndios que proliferaram na região em 2019.
Entre janeiro e abril, 1.202 quilômetros quadrados de floresta foram devastados, segundo dados baseados em imagens de satélite do Instituto Brasileiro de Pesquisas Espaciais (INPE), órgão do governo.
Isso significa um aumento de 55% em relação ao mesmo período do ano passado e é o número mais alto para o período de janeiro a abril desde 2016, quando as medições foram iniciadas.
Esses dados novamente questionam a política do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em relação à proteção da maior floresta do planeta, cuja maior parte (60%) está localizada no Brasil.
Cético em relação às mudanças climáticas, Bolsonaro foi criticado pela comunidade internacional por minimizar os incêndios que atingiram a região entre maio e outubro.
Somente em 2019, os incêndios contribuíram para a destruição de 10.123 quilômetros quadrados de floresta na Amazônia brasileira, ultrapassando a marca de 10 mil quilômetros quadrados pela primeira vez desde 2008.
A tendência para 2020 é ainda mais preocupante porque o período de incêndios começa em maio, com o início da estação seca.
O desmatamento é causado em grande parte por madeireiros ilegais além da mineração e agricultura em áreas protegidas. Depois de derrubar as árvores, os invasores usam o fogo para limpar a área.
Bolsonaro pretende abrir mais regiões protegidas à atividade econômica, argumentando que os povos indígenas devem poder explorar economicamente suas terras ancestrais.
Ontem, ele assinou um decreto autorizando as Forças Armadas a combater incêndios e supervisionar o trabalho de agências ambientais entre 11 de maio e 10 de junho. Os ambientalistas argumentam, porém, que seria melhor aumentar o orçamento e o número de funcionários em agências ambientais.
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