EUA lamenta julgamento de detidos por protestos do 11J em Cuba
Washington, 2 Fev 2022 (AFP) - Os Estados Unidos lamentaram nesta terça-feira (1º) os julgamentos dos participantes dos protestos em massa de julho passado em Cuba, em que pelo menos 33 manifestantes serão julgados esta semana por "sedição", e pediram a libertação dos detidos "injustamente".
"Apoiamos os direitos dos cubanos e dos povos de todo o mundo de exercer sua liberdade de expressão e reunião pacífica", declarou o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, em entrevista coletiva.
"Pedimos ao governo cubano que respeite esses direitos e liberte os detidos injustamente por protestar pacificamente. Ninguém deveria enfrentar processos judiciais. Ninguém deveria ser condenado à prisão por exercer um direito que é tão universal em Cuba como seria em qualquer outro lugar", completou.
O grupo de oposição cubano Justicia 11J informou na segunda-feira que, entre 31 de janeiro e 7 de fevereiro, 33 pessoas, incluindo seis menores, serão julgadas em um tribunal em Havana pelo crime de sedição.
A Procuradoria-Geral de Cuba disse pela primeira vez em 25 de janeiro que 790 pessoas, incluindo 55 entre 15 e 18 anos, foram processadas pelas manifestações de julho, acusadas de crimes relacionados a "atos de vandalismo" e "graves distúrbios da ordem pública". Destas, 172 já foram condenadas.
Price também questionou a prisão em 23 de janeiro de três membros do movimento de oposição Damas de Branco por pedir a libertação dos prisioneiros do 11J.
"Desde os protestos que começaram em 11 de julho do ano passado, vimos o governo cubano responder com sua marca registrada de repressão contra seus próprios cidadãos", destacou, prometendo que os Estados Unidos continuarão "procurando maneiras de promover a prestação de contas" de pessoas e entidades do governo cubano.
As manifestações históricas de 2021 em cerca de 50 cidades da ilha, gritando "Liberdade" e "Estamos com fome", deixaram um morto, dezenas de feridos e 1.377 detidos, segundo a organização de direitos humanos Cubalex, com sede em Miami.
O governo cubano afirma que os protestos foram orquestrados pelos Estados Unidos e denuncia o embargo econômico contra a ilha que vigora há 60 anos.
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