Tribunal dos EUA decide que discípula de Charles Manson pode optar pela liberdade condicional
Uma das discípulas de Charles Manson, que cumpre prisão perpétua por sua participação em dois homicídios, cumpre com as condições para optar pela liberdade condicional, decidiu um tribunal de apelações da Califórnia.
Leslie Van Houten, de 73 anos, tinha apenas 19 quando se juntou à "família" de Charles Manson, uma seita liderada pelo psicopata responsável pela morte da atriz Sharon Tate. Grávida de oito meses, a esposa do diretor Roman Polanski foi assassinada em Los Angeles em 1969.
Van Houten não participou deste crime que causou comoção nos Estados Unidos, mas participou do homicídio de Leno e Rosemary LaBianca na noite seguinte, também na Califórnia.
Charles Manson morreu na prisão em novembro de 2017.
Van Houten admitiu ter esfaqueado umas 15 vezes nas costas uma das vítimas que estava deitada no chão.
Ela foi sentenciada à morte em 1971, mas essa decisão foi anulada depois que a Califórnia aboliu brevemente a pena de morte. Mais dois julgamentos se seguiram, culminando com uma sentença de prisão perpétua em 1978, pena que ela cumpre na prisão de mulheres de Corona, Califórnia.
Desde 2016, a Justiça americana se pronunciou cinco vezes a favor de conceder a liberdade condicional, mas o ex-governador da Califórnia, Jerry Brown, e seu sucessor Gavin Newsom, atualmente no cargo, exerceram seu poder de veto.
A decisão da corte de apelações na última terça-feira (30) deixou sem efeito o último veto de Newsom, em 2022.
Em seus vetos, Newsom argumentou que Van Houten ainda representa perigo para a sociedade.
Mas, em sua decisão esta semana, dois dos três juízes da corte de apelações discordaram do governador.
"Van Houten tem apresentado esforços de reabilitação extraordinários, perspicácia, arrependimento, planos realistas de liberdade condicional, apoio da família e amigos, relatórios institucionais favoráveis", escreveu a juíza Helen I. Bendix em sua decisão.
Entretanto, a decisão do tribunal não significa a libertação imediata de Van Houten. Newsom ainda pode pedir que o caso seja encaminhado à Suprema Corte da Califórnia, em um processo que pode levar anos para ser resolvido. O governador ainda não se pronunciou sobre a decisão.
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