Venezuela tacha como 'provocação' envio de navio de guerra britânico à Guiana
O Reino Unido anunciou neste domingo (24) o envio de um navio militar para a Guiana, uma de suas ex-colônias que mantém uma disputa com a Venezuela sobre o Essequibo, região rica em petróleo administrada por Georgetown.
"O 'HMS Trent' partirá este mês para a Guiana, nosso aliado regional e parceiro na Commonwealth, para uma série de compromissos na região", afirmou o ministério da Defesa britânico em comunicado.
Segundo a BBC, o navio deve participar de exercícios militares após o Natal com outros aliados da Guiana, que foi colônia britânica até 1966. A emissora britânica não especificou quais outros países estão envolvidos.
O ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López, classificou o envio do navio militar como uma "provocação".
"Um navio de guerra em águas a serem delimitadas? E então? E o compromisso com a boa vizinhança e a convivência pacífica? E o acordo de não ameaçar e usar a força mutuamente em nenhuma circunstância?", publicou Padrino López no X (antigo Twitter), referindo-se ao acordo assinado em 14 de dezembro durante o primeiro encontro entre os presidentes da Venezuela, Nicolás Maduro, e da Guiana, Irfaan Ali.
"Seguimos alertas a essas provocações que colocam em risco a paz e a estabilidade do Caribe e de nossa América!", concluiu o chefe militar venezuelano.
Londres já havia manifestado seu apoio à Guiana com a visita, no início da semana, de David Rutley, chefe da diplomacia britânica nas Américas.
O 'HMS Trent', que costuma operar no Mar Mediterrâneo, já havia se deslocado no início de dezembro para o Caribe para combater o tráfico de drogas.
A Venezuela reivindica há mais de um século a soberania sobre este território de 160 mil km². No entanto, sua reivindicação se intensificou após a descoberta de vastas reservas de petróleo nesta região em 2015.
A Guiana argumenta que um tribunal de arbitragem em Paris estabeleceu as fronteiras em 1899, entre a Venezuela e a então colônia.
As tensões entre os dois países se acentuaram após a realização de um referendo sobre a soberania do Essequibo em 3 de dezembro na Venezuela.
Mas Maduro Ali se reuniram em 15 de dezembro e reduziram a tensão, embora não tenham resolvido suas diferenças fundamentais.
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© Agence France-Presse
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