Conteúdo publicado há 2 meses

Kremlin e Musk negam que o exército russo use internet via satélite da Starlink

O Kremlin negou nesta segunda-feira (12) as denúncias da Ucrânia de que as tropas russas que lutam na linha de frente estão usando terminais de internet via satélite Starlink da empresa SpaceX, que pertence ao magnata Elon Musk.

Os serviços de inteligência militar ucranianos GUR afirmaram nesta segunda-feira ter provas de que o Exército russo utiliza "sistematicamente" terminais Starlink e acusaram a Rússia de ter introduzido os terminais por meio de "contrabando".

Starlink é uma rede de satélites para fornecer internet a locais remotos ou áreas onde a infraestrutura de comunicações está fora de serviço.

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou que este sistema "não é certificado" na Rússia.

"Não pode ser fornecido oficialmente aqui", disse aos repórteres. "Consequentemente, não pode ser usado oficialmente aqui de forma alguma".

O sistema não está ativo na Rússia, o que significa que um dispositivo na Rússia não pode se conectar à rede.

Musk chamou os relatos de que a SpaceX vendeu terminais Starlink para a Rússia de "categoricamente falsos" em uma publicação em sua rede social X, antigo Twitter.

"Nenhum Starlink foi vendido direta ou indiretamente para a Rússia", acrescentou.

O porta-voz dos serviços de inteligência militar ucranianos, Andriy Yusov, denunciou nesta segunda-feira na televisão estatal que o sistema está disponível na Rússia e que, em comparação com o ano passado, "o uso do Starlink pelo exército russo no front tornou-se mais sistemático".

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Desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, as potências ocidentais impuseram uma série de sanções econômicas e diplomáticas, mas Yusov afirmou que Moscou comprou os sistemas utilizando "importações paralelas, o que é essencialmente contrabando".

A Ucrânia usou o Starlink para a comunicação de suas tropas durante o conflito, que começou em 24 de fevereiro de 2022.

Mas as relações entre a Ucrânia e Musk deterioraram-se nos últimos meses.

Kiev agradeceu no início do conflito pela implantação dos satélites, mas posteriormente expressou indignação quando o empresário sugeriu que o país deveria abrir mão de territórios para alcançar a paz.

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© Agence France-Presse

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