Vaticano se diz 'entristecido' por cena polêmica da abertura dos Jogos Olímpicos de Paris
O Vaticano disse neste sábado (3) estar "entristecido por algumas cenas" da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris, que foi considerada uma "ofensa" para os cristãos devido a uma sequência que, segundo algumas interpretações, satirizava a Última Ceia de Jesus.
Em determinado momento da cerimônia, um grupo de pessoas, incluindo várias drag queens, apareceu em uma longa mesa que para muitos evocava representações da refeição final que, segundo os evangelhos, Jesus compartilhou com seus apóstolos antes de ser crucificado, algo que os organizadores do espetáculo negam.
O Vaticano não citou partes específicas da cerimônia, mas a polêmica se concentrou neste quadro, chamado "Festividade".
"A Santa Sé, entristecida por algumas cenas da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris, não pode deixar de se unir às vozes que se levantaram nos últimos dias para deplorar a ofensa causada a muitos cristãos e fiéis de outras religiões", afirmou o Vaticano em um comunicado em espanhol divulgado pelo site Vatican News.
"Em um evento prestigioso, no qual o mundo inteiro se une em torno de valores comuns, não deve haver alusões que ridicularizem as convicções religiosas de muitas pessoas", acrescentou, enfatizando que "a liberdade de expressão, que evidentemente não está em questão, encontra seu limite no respeito aos outros".
Os organizadores garantiram que pretendiam representar uma festa pagã liderada por uma das divindades gregas do Olimpo, Dionísio (ou Baco), deus do vinho e do teatro.
O diretor artístico do espetáculo, Thomas Jolly, afirmou que sua intenção era "enviar uma mensagem de amor, uma mensagem de inclusão".
As explicações, no entanto, não reduziram as críticas.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, que pertence a um partido islâmico conservador, anunciou nesta semana sua intenção de ligar para o papa Francisco para denunciar a "imoralidade" do evento.
A cena também foi criticada pelo líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, e pelo ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, que a chamou de "vergonhosa".
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