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Comunicado oficial argentino causa polêmica por chamar Malvinas de 'Falklands'

O Ministério da Defesa da Argentina se referiu, em um comunicado, às Ilhas Malvinas como "Falklands", o que provocou críticas dentro e fora do governo e a promessa da chancelaria de demitir o responsável, a quem acusou de agir "guiado pela ideologia de esquerda".

"A respeito da versão maliciosa publicada no site do governo, estamos identificando o responsável para demiti-lo. Vamos a fundo contra qualquer um que, guiado pela ideologia de esquerda, atente contra os interesses dos argentinos", disse nesta quarta-feira (23) na rede X a chanceler Diana Mondino.

"Falklands" é o nome dado pelo Reino Unido ao arquipélago das Malvinas que está a 600 km do litoral argentino e foi cenário de uma guerra entre os dois países em 1982, deixando um balanço de 649 argentinos e 255 britânicos mortos ao longo de 74 dias.

A denominação foi incluída nesta terça-feira no comunicado de uma reunião que Mondino manteve com o vice-presidente do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, Gilles Carbonier, há uma semana, e que foi publicado no site da Coordenação de Veteranos e Veteranas da Guerra das Malvinas, que é vinculada ao Ministério da Defesa.

Em uma parte do comunicado, lia-se que a reunião foi para "tratar da retomada das negociações do Terceiro Plano do Projeto Humanitário, orientado à identificação dos combatentes argentinos caídos nas Ilhas Falklands/Malvinas durante o conflito do Atlântico Sul de 1982?.

A designação provocou o repúdio tanto da situação quanto da oposição, e posteriormente o texto foi apagado do site do Ministério da Defesa.

"Senhora: não lave suas mãos. A máxima responsável das Relações Exteriores é você. Se você tiver que demitir alguém, comece a fazer as malas", disse a Mondino o deputado opositor Pablo Blanco, em uma publicação na rede X que citava a mensagem da funcionária.

"Não é um erro, é uma entrega de soberania", afirmou o deputado opositor e ex-chanceler Santiago Cafiero também na rede X, enquanto o senador da situação Juan Carlos Romero "lamentou" a utilização do nome "Falklands".

Com exceção da guerra nos anos 1980, a Argentina reivindica a soberania deste arquipélago do Atlântico Sul por vias diplomáticas há quase 200 anos.

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