Postos estão sem combustível também no interior de São Paulo
Em Sorocaba
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Cristiano Novais/CPN/Agência Estado
Carros fazem fila para abastecimento em posto na marginal Tietê, próximo à ponte da Casa Verde, na capital
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Apesar da determinação da Justiça para a suspensão do bloqueio no fornecimento de combustível, os postos da região de Sorocaba (SP) continuavam sem receber álcool e gasolina no início da tarde de hoje. Em Vargem Grande Paulista, o empresário Miguel Pedroso estava com dois de seus três postos parados. Três caminhões-tanque que deveriam ter chegado segunda-feira à noite continuavam retidos em Barueri.
"A greve acabou só na TV porque na prática o boicote continua", disse. "Falei com a transportadora e disseram que os motoristas não conseguem sair com a carga."
Os caminhoneiros autônomos paralisaram os trabalhos na última segunda-feira em protesto à proibição de circular na marginal Tietê, na capital paulista. O Sindicam (Sindicato dos Transportadores Autônomos de Bens do Estado) acatou a decisão da Justiça que determinou ontem a retomada da distribuição de combustível em São Paulo, mas a decisão final deve ser tomada em assembleia.
Em Sorocaba, a falta de combustível se agravou durante o dia e no início da tarde a maioria dos 120 postos tinha bombas paradas. A cidade é abastecida principalmente pelo entreposto de Paulínia. Mesmo assim, as encomendas dos postos não chegavam. Nos estabelecimentos que ainda tinham combustíveis havia longas filas para abastecer. Até o posto de uma rede de hipermercado suspendeu o abastecimento por falta de combustível. Em Votorantim, três dos cinco postos tinham ficado sem álcool ou gasolina hoje.
O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo (Sincopetro), Jose A. Paiva Gouvea, afirmou hoje pela manhã que serão necessários ao menos de 4 a 5 dias para a normalização do abastecimento de combustíveis em São Paulo. Em entrevista à rádio "Estadão ESPN", ele afirmou que não há gasolina em 100% dos postos da capital.
O consumidor que reside em São Paulo e percebeu aumento do preço dos combustíveis durante a paralisação dos transportadores do produto pode denunciar o estabelecimento à Fundação Procon-SP. O Procon-SP informa que de acordo com o Código de Defesa do Consumidor, artigo 39, é considerada como prática abusiva "elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços". A definição cabe aos postos que aumentaram o valor dos combustíveis nesta semana. É muito importante que o consumidor exija a nota fiscal e denuncie. Na Capital, a denúncia pode ser feita pelo telefone 151.
O diretor executivo do Procon-SP, Paulo Arthur Góes, disse que as denúncias serão investigadas pelo órgão e "se confirmada a conduta, o posto será multado e o caso encaminhado ao Ministério Público, para análise da questão criminal". O valor da multa varia entre R$ 400 a R$ 6 milhões.