Jovem morto por PM em SP será enterrado nesta tarde
Em Araçatuba
A região foi alvo de protestos de vizinhos que, na noite de domingo, após o assassinato, ficaram revoltados com a ação da polícia. Na manifestação, com cerca de 300 pessoas, duas lotações, um ônibus e um carro foram incendiados e lojas foram saqueadas. A PM interveio com bombas de gás e balas de borracha para a dispersão.
Os vizinhos alegam que Douglas, que era estudante do 3° ano do Ensino Médio, foi abordado pelos policias e, sem ter reagido, levou um tiro. Os policiais sequer teriam falado com a vítima. O policial Luciano Pinheiro Bispo foi autuado em flagrante pelo homicídio e alega que o disparo foi acidental.
A vítima estava acompanhada de um colega e um irmão mais novo de 13 anos. O irmão foi ouvido pela polícia e disse que eles iriam até o pai de um colega avisar que queriam participar de um festival de pipas em Atibaia. Enquanto estavam na Rua Bacurizinho, no Jardim Brasil, conversando com o pai desse garoto, uma viatura passou deu a volta e um PM atirou contra o peito de Douglas, que estava no carona.
"Por que o senhor fez isso comigo?", teria dito a vítima, de acordo com o irmão. Ainda segundo ele, os policias ficaram nervosos e não sabiam o que fazer. Eles levaram 10 minutos para socorrer o rapaz. Ele foi levado inconsciente ao hospital, onde morreu.
O corpo de Douglas foi liberado do IML na manhã desta segunda. O motorista José Rodrigues, de 44 anos, diz que o filho era um garoto trabalhador e que havia acabado de comprar um carro para usar quando completasse 18 anos, em fevereiro. O veículo modelo Gol custou R$ 5,5 mil - metade do valor havia sido paga por Douglas com o seguro desemprego. "O resto a gente vê o que vai fazer", disse o pai. Douglas trabalhava em uma lanchonete como chapeiro.